A presidência prepara uma campanha publicitária para dezembro para capitalizar a “vitória” do Brasil sobre a crise econômica e apontar para um futuro “promissor” em 2010.

Os anúncios devem ser veiculados em TVs, rádios, jornais, revistas e internet. Fazem parte da programação do segundo semestre da Secretaria de Comunicação (Secom), órgão vinculado diretamente à Presidência da República, que administra uma verba anual de R$ 187 milhões para a publicidade institucional do governo.

“Nós, brasileiros, fomos bem-sucedidos, trabalhamos e saímos da crise muito antes de outros países. A campanha vai nessa linha, mostrando as conquistas do país e encerrando a crise”, afirma Ottoni Fernandes Jr., secretário-adjunto de Comunicação da Presidência.

Segundo ele, os anúncios ainda estão na fase de planejamento. Se seguirem o padrão de recentes campanhas do governo, contudo, pode-se esperar imagens de canteiros de obras e trabalhadores sorridentes no campo e na cidade.

A mensagem tem a intenção de dar um fecho otimista ao ano de 2009, em que a crise ocupou o noticiário, e preparar o brasileiro para o ano seguinte, em que o governo espera que a economia cresça até 5%. A criação de um ambiente positivo no país é fundamental para a campanha presidencial da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

A propaganda de “conclusão” da crise é a perna final de uma trilogia iniciada em dezembro do ano passado, auge da turbulência econômica.

Na época, a Secom pôs no ar uma campanha com o mote “o Brasil confia nos brasileiros”, lançando mão inclusive de declarações de apoio ao país de líderes mundiais como os presidentes Barack Obama (EUA) e Nicolas Sarkozy (França). A ideia era que as pessoas não parassem de consumir.

Já neste ano, outra campanha promoveu o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) como política de retomada. A propaganda dizia que “o PAC põe em marcha importantes obras de infraestrutura”.

Fábio Zanini
Folha de São Paulo