A vida desses homens era nômade, mas com o tempo começou a surgir um sentimento de acomodação. Foi nessa época que surgiu a era agrícola, há pelo menos 10 mil anos atrás (8.000 a.C). O método agrícola, no início, era rudimentar: consistia em enterrar sementes e esperar a planta se desenvolver.

Os manejos agrícolas, com o passar dos milênios, ganharam maquinários e conhecimentos que puderam desenvolver de maneira significativa a agricultura. E assim ela se diversificou, pois a população mundial também aumentava e havia a necessidade de um número maior de alimentos.

Infelizmente, com essa evolução, houve a retirada de vegetações nativas, mobilização do solo com maquinário pesados e outras coisas das quais provocaram, nos dias atuais, problemas como erosões, perda da camada fértil do solo, plantas invasoras e muitas outras coisas mais. Para compensar, surgiram os fertilizantes químicos e os pesticidas, o que garante uma maior produção, mas, ao mesmo tempo, levou o homem a se acomodar em relação às práticas ambientalmente sustentáveis.

Em uma época em que a sustentabilidade é um fator preponderante para a sobrevivência – e futuro – do ser humano, as propriedades rurais começaram a se sentir incomodadas. A pressão começou a partir da própria população, ao exigir práticas sustentáveis, ou seja, uma produção que garantisse a proteção do meio ambiente. Não foi de uma hora para outra que tudo isso aconteceu, mas a Europa esteve na vanguarda desse processo.

Aos poucos, os produtores começaram a entender que a prática sustentável, de fato, é importante para o planeta terra e, também, para os seus negócios, pois a exigência da população cresceu sobremaneira. Um dos instrumentos que surgiu para garantir uma produção “politicamente correta” foi a certificação agrícola.

“A certificação agrícola trata-se de um instrumento de pressão econômica, justamente por englobar as exigências do mercado consumidor, criando produtos diferenciados em termos de aceitação e preço”, explica Márcio Mitidieri, consultor da Agrogenius, empresa do sul de Minas que trabalha junto às propriedades no processo de certificação.

No processo de certificação, a propriedade ou o produto são avaliados dentro de padrões estabelecidos com base em informações científicas sólidas. A sustentabilidade do agroecossistema, o bem-estar do trabalhador rural, sua inserção social e a saúde da população humana e animal devem ser os princípios norteadores da certificação. Alguns aspectos gerais da propriedade rural também são fundamentais para a certificação, tais como a adoção de práticas conservacionistas, a manutenção da reserva legal de vegetação nativa, as condições de trabalho na propriedade e as proteções de mananciais e margens de recursos hídricos.

Benefícios

Entre os benefícios produzidos pela certificação, destacam-se o conhecimento e opção dos produtos que a população consome, participação mais ativa da sociedade e de grupos ambientais no processo de preservação ambiental, o desenvolvimento de práticas de menor impacto ambiental, e maior inserção social do trabalhador. Por fim, os produtores, que podem ser favorecidos pela diferenciação de seus produtos, com acesso a fontes alternativas de financiamento, o aumento do controle interno da propriedade e do seu sistema produtivo, além dos benefícios à imagem pública.

O mais importante é que um programa de certificação que contenha preocupação ambiental e social, só tem a contribuir para a evolução da agricultura sustentável no mundo. “Além disso, ajuda na formação de um consumidor consciente para o futuro do planeta”, comenta Mitidieri.

fonte: portal do agronegocio