A chinesa BYD Energy prevê iniciar a produção de módulos para geração de energia solar em uma fábrica em Campinas, no interior de São Paulo, no início de 2017, afirmou a companhia em comunicado nesta quarta-feira (17)
Com isso, a empresa junta-se à canadense Canadian Solar, que também já anunciou a instalação de uma unidade de painéis solares no Brasil para atender à demanda por equipamentos gerada por leilões para a contratação de energia solar realizados pelo governo desde 2014.
De acordo com a BYD Energy, a unidade terá capacidade de produção de 200 megawatts, receberá um investimento inicial de 150 milhões de reais e irá criar 300 vagas de emprego na região.
A BYD Energy é o braço de investimentos em energia verde da gigante chinesa BYD, maior fabricante global de baterias recarregáveis e que também é famosa pela aposta em carros elétricos.
A companhia destacou que a decisão de investir no Brasil veio com os leilões para contratar usinas fotovoltaicas, que deverão resultar na construção de uma série de empreendimentos solares nos próximos anos.
A empresa calcula que o país deverá partir de uma capacidade atual de apenas 30 megawatts em energia solar, com 39 usinas, para 2.734 megawatts em 2019, com 134 usinas.
“O boom na geração de energia solar do Brasil criou um cenário ideal para a BYD começar a produzir no país seus módulos solares, que são o estado da arte”, afirmou a BYD em nota.
O anúncio do investimento na unidade solar brasileira havia sido oficializado ainda em 2015, durante visita do primeiro-ministro chinês Li Keqiang, ao Brasil.
Na visita do premiê, foram prometidos US$ 53 bilhões em investimento de empresas do gigante asiático.
Segundo levantamento da consultoria Dealogic, desde janeiro deste ano, elas desembolsaram UU$ 10,6 bilhões em aquisições no Brasil, mais do que o dobro dos US$ 5 bilhões registrado ano passado inteiro.
O grosso do dinheiro chinês se concentrou neste ano em cinco negócios, mas a lista pode aumentar até o fim do ano, por causa da desvalorização de muitas empresas brasileiras.
Segundo a agência Bloomberg, o valor de mercado de 73 companhias nacionais listadas em Bolsa está abaixo do valor contábil.

Fontes: Folha de S.Paulo/ REUTERS