A Associação de Biologia Tropical e Conservação (ATBC, na sigla em inglês), maior organização científica voltada ao estudo dos ecossistemas tropicais, editou uma resolução pedindo que a ONU mude sua definição de floresta, já que atualmente não diferencia as matas nativas de plantações de árvores de espécies exóticas.

O assunto ganha importância no contexto das discussões sobre mecanismos de REDD (redução de emissões por desmatamento e degradação), pelos quais os países em desenvolvimento podem receber recursos das nações ricas em troca de conservação de suas florestas.

O REDD é uma forma de evitar emissões de gases causadores de efeito estufa por meio da manutenção de estoques de carbono em forma de florestas. As plantações de espécies exóticas (como as de seringueiras no sudeste asiático) têm de fato um papel como estoque de carbono, no entanto não se prestam à conservação da biodiversidade.

Essa é a preocupação dos cientistas. Eles pedem que as florestas naturais ganhem definições próprias (como, por exemplo, tropical úmida ou temperada). Sem essa distinção, alertam os cientistas, corre-se o risco de que florestas nativas continuem sendo substituídas por monoculturas sem que isso seja levado em conta nas negociações climáticas, levando inclusive a emissões de carbono colaterais, devido ao fato de que a mata e os pântanos naturais retêm mais carbono que as plantações.

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