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| Da praia do Arpoador, banhistas aplaudem pôr do sol no horizonte do morro Dois Irmãos, no último domingo |
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| Guia mostra o que há de mais sofisticado no Rio de Janeiro |
No último domingo, o Rio recebeu sete transatlânticos, um recorde no porto da cidade. À noite, eles se movimentaram pela orla carioca, iluminados, após um dia de praias lotadas, sensação térmica de 40º, estrangeiros e nativos aplaudindo o pôr do sol da pedra do Arpoador ao Leblon. É verão, e a capital fluminense já vive o clima de pré-Carnaval.
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Os blocos e escolas de samba aceleram a preparação para a folia em março, quando a cidade ganham visibilidade internacional por conta dos desfiles coloridos no sambódromo, já ocupado pelos ensaios das agremiações. Na tarde do último domingo, a comunidade do Vidigal tomou uma das pistas da av. Vieira Souto (fechada para se caminhar, andar de bicicleta, skate ou patins) para divulgar seu samba-enredo, atraindo uma multidão ao redor de um caminhão com puxador ensinando a letra.
Como é de praxe no verão, os preços disparam. Além da dificuldade de conseguir um lugar na areia, é preciso toda uma malandragem para pechinchar valores menores para cadeiras (entre R$ 2 e R$ 5) e guarda-sol (R$ 3 e R$ 6) em praias como Copacabana, Arpoador, Ipanema e Leblon. Os postos ao longo do calçadão cobram, por exemplo, R$ 1,50 para entrar no banheiro.
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| Em Copacabana, turistas aproveitam o mar, o calçadão e o asfalto para caminhar, andar de bicicleta, paquerar |
Apesar da multidão na praia, que aproveita o calor de deserto para tomar banho até no período da noite, alguns taxistas reclamam que a atual temporada de turismo está fraca na comparação com anos anteriores, culpando principalmente a crise financeira nos EUA e na Europa. Os visitantes estrangeiros gastam mais e são, alguns taxistas admitem, mais fáceis de enganar na hora de esticar trajetos. Além disso, os motoristas recebem comissão dos donos das boates de “night club” (prostituição) por cada gringo fisgado. Quando aportam transatlânticos, como ocorreu no domingo, eles correm para a região portuário a fim de conseguir as corridas com maior potencial de lucros.
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| Esculturas de areia à beira do calçadão compõem o tradicional cenário de Copacabana |
Já alguns visitantes se queixam do canteiro de obras em que se transformou a “Cidade Maravilhosa” devido à Copa do Mundo em 2014 e à Olimpíada em 2016. Se um turista fã de música de concerto se dirigir à Sala Cecília Meireles, no largo da Lapa, vai quebrar a cara, pois o espaço está fechado para reformas. Andaimes, tapumes e gruas dominam hoje o cenário de muitos pontos turísticos.
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| Guia traz imagens incríveis do Rio e texto do premiado escritor Luiz Alfredo Garcia-Roza |
A recente ocupação das forças de segurança em morros, com o consequente cerco aos traficantes, injetou otimismo nas conversas com alguns cariocas. Com a “limpeza” na Vila Cruzeiro, turistas arriscam agora até conhecer a igreja da Penha, santuário católico famoso por sua escadaria, no alto de uma pedra. Outra diferença neste verão 2011 é a presença mais ostensiva de fiscalização pública com caminhonetes da chamada operação “Choque de Ordem” monitorando a orla, multando carros, rebocando mercadorias, reprimindo comércio irregular.
Mesmo assim, a tradição polifônica das praias da zona sul ainda resiste: “Olha o mate, olha o açaí, biscoito Globo, alô brownie, alô larica”, gritam em vários pontos os vendedores de lanches sob o sol escaldante.
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| Escadaria do artista chileno Selarón na Lapa atrai turistas, que chegam para ensaios do Carnaval |
fonte: Folha de São Paulo
