Em todo o mundo, mais de dois bilhões de hectares oferecem oportunidades de restauração – uma área maior do que a América do Sul.
A maior parte dessas terras está em áreas tropicais e temperadas.
Entre os dias 27 de agosto e 1º de setembro, o Brasil vai sediar a 7ª Conferência Mundial sobre Restauração Ecológica, em Foz do Iguaçu, no Paraná. Organizado pela Sociedade Brasileira para a Restauração Ecológica (SOBRE), a Sociedade Internacional para a Restauração Ecológica (SER) e a Sociedade Ibero-Americana e do Caribe para a Restauração Ecológica (SIACRE), este evento bienal é o maior encontro mundial de cientistas, profissionais, decisores políticos e estudantes que trabalham no campo da restauração. Ele reunirá delegados e palestrantes dos setores público e privado e de ONGs, incluindo Cristina Pa?ca Palmer, Secretária Executiva da Convenção da ONU sobre Biodiversidade, Joaquim Levy, ex-Ministro da Economia Federal e agora Diretor Financeiro do Banco Mundial, Stephen Rumsey, Presidente da Permian Global e Rosa Lemos de Sá, Diretor Executivo do Funbio, entre outros. Mais de 1.000 participantes de 60 países diferentes já se inscreveram.
Em todo o mundo, mais de dois bilhões de hectares de terra degradada oferecem oportunidades de restauração – uma extensão maior que a América do Sul. Grande parte está em áreas tropicais e temperadas. Iniciativas globais como o Bonn Challenge pedem a restauração de mais de 150 milhões de hectares de áreas degradadas até 2020. Aqui na América Latina e no Caribe, os governos e as partes comprometeram-se a restaurar 20 milhões de hectares como parte da Iniciativa 20×20, que é um sub-compromisso no âmbito do Desafio de Bonn.
“Investir na restauração ecológica faz sentido do ponto de vista econômico e também ecológico”, afirmou Bethanie Walder, diretora executiva da Society for Ecological Restoration. O World Resources Institute (WRI) estima que os US $ 1,15 bilhão já destinados à Iniciativa 20×20 poderiam resultar em retornos econômicos de US $ 23 bilhões nos próximos 50 anos. Isso equivale a cerca de 10% do valor das exportações de alimentos na região. Além disso, este programa poderia sequestrar quase 5 gigatoneladas de CO2 durante esse mesmo período.
“Restaurar 12 milhões de hectares de terras florestais desmatadas e degradadas até 2030, através da restauração florestal, reflorestamento e regeneração natural são um caminho para o Brasil alcançar grandes reduções nas emissões para o Acordo de Clima de Paris”, disse Rachel Biderman, Diretora Executiva da WRI Brasil. Restaurar essas áreas também ajudará a mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Com esses compromissos, o Brasil se juntou a muitas outras nações para se comprometer a participar da Iniciativa 20×20 como parte do Desafio de Bonn.
“No momento em que o Brasil está passando por uma das maiores crises políticas e econômicas e ameaças associadas à legislação ambiental, incluindo propostas para reduzir áreas protegidas, e as responsabilidades geradas pelo desastre de Mariana, a realização de um evento dessa magnitude no Brasil apoia os muitos cidadãos brasileiros que trabalham ativamente e promovem iniciativas nacionais para construir um futuro melhor “, diz Vera Lex Engel, presidente da conferência.
Nos últimos 20 anos, a restauração ecológica tornou-se uma ferramenta importante para reverter parcial ou totalmente a perda de biodiversidade e serviços ecossistêmicos. À luz disso, alguns dos principais acordos e objetivos ambientais do mundo, como o Acordo de Paris e os Metas Aichi da Convenção sobre a Diversidade Biológica, exigem a restauração ecológica como uma abordagem importante para proteger e melhorar a biodiversidade, garantindo a segurança da comida e da água e enfrentando outras ameaças ambientais globais.
Grande parte da conferência se concentrará na consecução desses objetivos internacionais, através da “Conexão de Ciência e Prática para um Mundo Melhor”. A conferência inclui nove aulas magistrais de cientistas de renome mundial, 78 simpósios e oficinas, mais de 500 palestras adicionais, 5 cursos de treinamento e outras oportunidades de trabalho em rede e compartilhamento de conhecimento e experiência. O evento ajudará a construir a capacidade técnica necessária para projetos de restauração em diferentes escalas e em diferentes países.
De acordo com a Sociedade para a Restauração Ecológica, a restauração é “o processo de ajuda à recuperação de um ecossistema degradado, danificado ou destruído”. Ou seja, sua intenção é devolver um ecossistema à sua condição natural e trajetória natural, inclusive no contexto das mudanças climáticas. Como tal, a restauração inclui atividades que não sejam o reflorestamento, a fim de proteger e restaurar a biodiversidade, a água e a segurança alimentar.
Para mais informações: http://ser2017.org/
Fonte: Assessoria de Imprensa