Em meados de 2005, alguns profissionais da área de tecnologia dos Estados Unidos tiveram a ideia de dividir um espaço comum para que profissionais liberais pudessem trabalhar de forma independente, porém em um ambiente compartilhado. Entre as vantagens, havia interação profissional entre eles, redução de custos para criar uma sede própria para cada profissional e o convívio que não era possível trabalhando em sistema de home office.
Assim nascia o coworking, nova modalidade de escritórios que cria mudanças na maneira de enxergar e interagir com o próprio ambiente de trabalho. Normalmente, além do compartilhamento do espaço, há também colaboração de recursos e na gestão de serviços contratados.
Nas grandes cidades, diversas empresas oferecem espaços de coworking com postos de trabalho que contam com todos os equipamentos, recursos e serviços de um escritório convencional, mas que podem ser alugados por temporada, dias ou até algumas horas. E em São Paulo, uma iniciativa trouxe um viés sustentável para o dinamismo do coworking.
Premiado em 2012 no Fetival de Ideias, o ProjetoEcoworking, iniciativa da ONG S.O.S. Sutentabilidade, transformou seu espaço em um escritório colaborativo sem fins lucrativos, de gestão compartilhada e que promove a sustentabilidade dentro do ambiente, além de dar oportunidade para empreendedores e pequenas empresas tenham uma boa infraestrutura de trabalho com custos reduzidos.
As diretrizes de utilização do espaço são criadas e melhoradas pelos próprios usuários, ou ecoworkers, que trabalham juntos para a redução dos impactos ambientais e diminuição da demanda de energia que o espaço necessita para funcionar. Além disso, o escritório fica próximo a uma estação de metrô da cidade, encorajando o uso do transporte público para chegar ao trabalho, reduzindo emissões de carbono e o consumo de combustíveis gerados pelos carros.
Algumas medidas e exemplos simples dados pela iniciativa Ecoworking podem ser reproduzidas em qualquer empresa, como uso consciente de energia, disponibilização e incentivo do uso de fragmentadora de papel, para facilitar a reciclagem e até mesmo seu encaminhamento para coleta seletiva, além do compartilhamento de recursos como os materiais para escritório, o aproveitamento máximo da luz natural, a aquisição de equipamentos de baixo consumo, a substituição de materiais descartáveis por itens duráveis, como por exemplo, uso de canecas individuais no lugar de copos plásticos.
Tudo isso reduz de forma significante os impactos ambientais que as atividades administrativas causam ao meio ambiente, e consequentemente, reduz os custos de operação do escritório. Essas são idéias que precisam ser incorporadas e divulgadas para que haja uma mudança na forma de como encaramos a responsabilidade ambiental no ambiente de trabalho.
