Setor hoteleiro está preocupado com baixa procura durante a Copa (crédito: Divulgação)

Setor hoteleiro está preocupado com baixa procura durante a Copa (crédito: Divulgação)

Mudança no fluxo turístico das cidades-sede preocupa setor hoteleiro

Rodrigo Prada
Nem mesmo a abertura da Copa 2014, tão disputada pelas cidades-sede, fará com que a ocupação e o faturamento da rede hoteleira de São Paulo sejam superiores nos meses de junho e julho se comparados ao mesmo período do ano passado. Na capital paulista, até o momento, foram comercializadas pouco mais de 43 mil diárias das unidades colocadas à disposição dos turistas em dias de jogos e nas vésperas, o que representa 21% da ocupação total. Ainda restam 26% de diárias bloqueadas pela Match (empresa contratada pela Fifa para vender os chamados pacotes de hospitalidade), que podem não ser compradas, e mais 53% que estão disponíveis.

O balanço foi apresentado pelo Fohb (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil) na manhã desta quinta-feira, 13, em São Paulo. O fórum representa as maiores redes hoteleiras do País.

De acordo com o presidente do Fórum, Roberto Roher, já é visível que o público de negócios diminuirá significativamente suas viagens durante a Copa e esse volume não será compensado pelo público dos jogos. “Esta é uma inversão natural em épocas de Copa do Mundo, principalmente em grandes destinos de negócios como São Paulo”.  O cenário negativo que deve durar de maio a julho pode se repetir nas outras sedes do mundial, exceto no Rio de Janeiro, que sediará o Centro de Mídia e será a base de todos os convidados da Fifa, ressalta o presidente do Fórum.

A quatro meses do início da Copa do Mundo, mais da metade dos quartos de 25 grandes redes hoteleiras do Brasil ainda estão vagos. Até o momento, foram comercializadas 40% das unidades colocadas à disposição dos turistas em dias de jogos e nas vésperas, o que representa 185 mil quartos. Em 31 de janeiro, diante da demanda abaixo da expectativa, a Match devolveu até 50% das reservas feitas em algumas praças, como Natal, no Rio Grande do Norte. A ação decepcionou empresários do setor, que diminuíram expectativas com relação ao evento esportivo. A empresa deve analisar se devolve ou confirma suas reservas novamente em 20 de abril.

Para Roher, o volume de hóspedes no período de junho/julho não depende da oferta, mas sim do grau de atratividade de cada jogo da Copa. “Curitiba e Cuibá sediarão jogos que não deslocam pessoas, como Nigéria e Bósnia e Irã e Nigéria. Já no nordeste teremos partidas muito procuradas e duas cidades que sediarão as quartas de final”.

O balanço da Copa
Recife é a praça que tem mais diárias comercializadas – 77% -, enquanto Porto Alegre ainda tem uma quantidade relevante de diárias bloqueadas – 31%.
Em Belo Horizonte, ainda há disponíveis 40% das diárias que podem ser compradas em dias de jogos. Em Curitiba, a média é menor: 30%. Em Cuiabá, apenas 20% estão disponíveis em dias de jogos, em média, mesma média de Fortaleza, onde, em determinados jogos, restam apenas 10% das diárias.
Em Salvador, o total de diárias disponíveis varia entre 30% e 40% conforme o jogo, enquanto em Manaus oscila entre 20% a 40%. Em Porto Alegre, oscila entre 20% a 30%. Em Recife, apenas de 10% a 20% das diárias ainda estão disponíveis no dia dos eventos. No Rio de Janeiro, cerca de 20% das diárias estão ainda disponíveis para os dias de jogos.

Vitrine ou vidraça
O presidente da Abih (Associação Brasileira da Indústria Hoteleira), Enrico Fermi, acredita que a grande vantagem da realização da Copa para o setor não está na ocupação dos leitos em 2014 e sim na grande exposição de mídia que os destinos turísticos nacionais estão tendo no mundo. “Nunca tivemos tanta divulgação internacional como agora com a realização do Mundial”, apontou Fermi.
O que o setor hoteleiro não contava é que a grande exposição internacional tem castigado muito mais a nossa imagem do que apresentado ao mundo as maravilhas do nosso país.

Fonte: Portal 2014