Oficinas de agroecologia do Rio Rural auxiliam produtores a adotarem técnicas que promovem o equilíbrio ambiental
Andréia Constâncio
Uma agricultura que contribua com a preservação dos recursos naturais é uma alternativa que vem se desenvolvendo cada vez mais no estado. Um número crescente de produtores fluminenses vem se preocupando em produzir de forma mais sustentável, independentemente de terem certificação orgânica ou não. Para auxiliar esses agricultores a implantar técnicas ambientalmente adequadas, o programa Rio Rural, da secretaria estadual de Agricultura, tem promovido oficinas de formação e capacitações técnicas na área de agroecologia.
“O Rio Rural desenvolve diversas ações nas comunidades, incentivando a adoção de sistemas produtivos sustentáveis, que também são mais eficientes. As oficinas são parte importante dessas ações e estão gerando grandes resultados. Elas são uma forma simples e eficaz de promover o cultivo agroecológico”, ressalta o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo.
Preservação do solo
Interessados em produzir melhor e com equilíbrio ambiental, agricultores familiares da microbacia de Morro Grande, em São José do Vale do Rio Preto, na Região Serrana, participaram de uma oficina de manejo ecológico do solo na última semana (14/09).
Coordenada pelos engenheiros agrônomos Ana Paula Pegorer e Eiser Felippe, ambos consultores do Rio Rural, a atividade reuniu cerca de 30 agricultores das localidades Morro Grande, Pouso Alegre, Areias, Glória e Roçadinho.
Com apoio técnico dos extensionistas da Emater-Rio, a oficina apresentou alguns conceitos e métodos de conservação do solo, além da recuperação de terrenos degradados. Além disso, os produtores assistiram a vídeos sobre a importância do manejo sustentável do solo e sobre o Sistema Agroflorestal (SAF), que está sendo implantado em várias regiões do estado.
Para o produtor Valdeci Veríssimo, da localidade de Morro Grande, as oficinas promovidas pelo Rio Rural auxiliam os produtores a aprimorar o cultivo. “Aprendemos que muitas coisas podem ser melhoradas em nossa roça. Ainda usamos muitos produtos químicos sem necessidade. Precisamos ajudar o meio ambiente, para que nossas famílias possam continuar trabalhando com a terra”, declarou.
Promovendo práticas sustentáveis
O produtor Rubens Valença, de Pouso Alegre, por sua vez, informou que por meio de outras oficinas já aprendeu a fazer bokashi – um tipo de adubo orgânico –, a utilizar a compostagem e também a fazer uso da calda sulfocálcica. “Com aplicação da calda, consegui reduzir bastante o uso de agrotóxicos e ainda pude perceber um melhor desenvolvimento das plantas”, explicou.
A consultora Ana Pegorer explicou que a adesão dos agricultores é fundamental para que ações que promovam a sustentabilidade se multipliquem na agricultura fluminense. “Ver hoje essa sala cheia de agricultores, em sua maioria convencionais, interessados em conhecer práticas agroecológicas, prova a importância dessas oficinas. Elas ajudam os produtores a se conscientizarem e se tornarem agentes de transformação dentro da comunidade”, finalizou.