Sétima rodada de debates definiu três propostas sobre o tema, que serão apresentadas aos líderes mundiais
O tema Energia Sustentável para Todos reuniu dez debatedores, brasileiros e estrangeiros, entre acadêmicos, empresários e representantes de Organizações Não-Governamentais na primeira sessão dos Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável nesta segunda-feira, 18 de junho. Do encontro, saíram três recomendações que serão apresentadas aos Chefes de Estado e de Governo durante o Segmento de Alto Nível da Rio+20, que se inicia no próximo dia 20. Estabelecer metas ambiciosas para avançar o uso de energias renováveis. Esta foi a proposta eleita pelos cerca de dois mil membros da sociedade civil presentes no Riocentro. Tomar medidas concretas para eliminar subsídios a combustíveis fósseis foi a recomendação eleita pelas votações realizadas pela Internet, encerradas no dia 15 de junho. Os debatedores, por sua vez, estabeleceram uma nova recomendação: incrementar investimentos e vontade política para garantir acesso universal, igualitário e barato a serviços de energia sustentável para todos até 2030.
O acesso universal à energia foi considerado o maior desafio no mundo de hoje. Além da acessibilidade, os participantes destacaram a importância de investimentos em eficiência energética, assim como em energia renovável. “A indústria da energia renovável movimenta anualmente US$ 257 bilhões e gera cinco milhões de empregos. Hoje, 17% da energia consumida no mundo é renovável”, destacou a secretária-executiva da empresa austríaca REN21, Christine Lins.
Defensor da energia eficiente, o fundador do Ecofys Group, Kornelis Blok, diz que o mundo pode depender somente de energia sustentável até 2050. “Há uma lacuna no futuro onde irá faltar óleo fácil e barato.” O presidente da Raízen, Vasco Dias, concorda. “Hoje são consumidos 80 milhões de barris de petróleo/dia. Até 2050, seremos nove bilhões de pessoas no planeta, consumindo 180 milhões barris/dia. Combustíveis fósseis não darão conta, o CO2 não seria absorvido e o custo seria inviável”.
A representante do Comitê-Diretor da Plataforma Européia de Tecnologias da Biocombustíveis, Sandrine Dixson-Declève, lembrou que já existe tecnologia para a eficiência energética e que o Brasil, por exemplo, já avançou muito nesta área. “O que precisamos agora é de longevidade das políticas, mapas e diretrizes sobre como vamos nos afastar dos combustíveis fósseis. Precisamos de mecanismos claros para o mercado e metas para os investimentos”. Um exemplo de tecnologia existente é a utilização de resíduos agrícolas. “O acesso a combustíveis fósseis está restrito a alguns países. Já a agricultura é muito mais ampla”, complementou Thomas Nagy, vice-presidente executivo da Novozymes.
O diretor da COPPE-UFRJ e secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Luiz Pinguelli Rosa, lembrou que o debate sobre os subsídios para os combustíveis fósseis deve considerar o objetivo do consumo. “Se é para colocar gasolina em carro particular, eu sou contra. Mas, se é para gás de cozinha – mais eficiente que lenha do desmatamento – sou a favor.” Nesta mesma linha, o colombiano José Antonio Vargas Lleras, vice-presidente do Conselho Mundial de Energia (WEC) para América Latina e Caribe, destacou o investimento anual entre US$ 400 bilhões e US$ 600 bilhões em combustíveis fósseis. “Apenas 5% ou 6% desses recursos seriam suficientes para universalizar o acesso à energia”.
Os representantes do continente africano destacaram essa importância. A secretária-executiva do International Network on Gender and Sustainable Energy, Sheila Oparaocha, sinalizou a existência de 1,4 bilhão de pessoas no mundo que não têm acesso a energia. Com a mesma preocupação o CEO da Eskom, Brian Dames, destacou a meta de acesso universal à energia até 2030. “Precisamos de soluções integradas, reunindo governo, setor privado e a população.”
A diretora do The Climate Group para a região da Grande China, Changhua Wu, mostrou-se otimista com os avanços alcançados nos últimos 20 anos no setor energético. Segundo ela, a Rio+20 é uma oportunidade importante para que a comunidade mundial troque informações na busca de inovações para a eficiência energética.
Estrutura dos Diálogos
Os Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável iniciaram-se no dia 16 e se estendem até o dia 19 de junho na plenária do Pavilhão 5 do Riocentro. São dez rodadas de discussão, com dez participantes cada uma, que abordarão temas prioritários da agenda internacional de sustentabilidade. A cada rodada, três propostas serão escolhidas, uma pelos palestrantes, uma pelos participantes da sessão e uma pelos internautas. As trinta sugestões mais votadas serão levadas diretamente aos Chefes de Estado e de Governo presentes na Rio+20.
São dez os temas dos Diálogos: (i) Desemprego, trabalho decente e migrações; (ii) Desenvolvimento Sustentável como resposta às crises econômicas e financeiras; (iii) Desenvolvimento Sustentável para o combate à pobreza; (iv) Economia do Desenvolvimento Sustentável, incluindo padrões sustentáveis de produção e consumo; (v) Florestas; (vi) Segurança alimentar e nutricional; (vii) Energia sustentável para todos; (viii) Água; (ix) Cidades sustentáveis e inovação; e (x) Oceanos. Todos os debates são transmitidos ao vivo no website das Nações Unidas: http://www.uncsd2012.org.
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