O deputado Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) voltou a cobrar a instalação de sistema de captação de água da chuva em conjuntos habitacionais da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). O parlamentar requereu a inclusão do recurso no projeto das moradias que serão construídas pelo Programa de Recuperação Socioambiental da Serra do Mar, em Cubatão.

As águas pluviais podem ser aproveitadas para as descargas de vasos sanitários, serviços de limpeza doméstica e irrigação de jardins e hortas comunitárias. A técnica – muito comum em países europeus, possibilita uma economia média de 30% no consumo da água. Especialistas afirmam que em menos de dois anos o investimento no sistema é pago pelo valor economizado na conta de água.

“A CDHU já adota uma série de medidas para o uso racional dos recursos naturais, como aquecedor solar, lâmpadas fluorescentes, medidores individuais de água e bacias sanitárias com volume de descarga reduzido. Falta, porém, a captação da água da chuva, que é um sistema relativamente barato para os benefícios gerados aos moradores e ao meio ambiente”, justificou o deputado.

Em reunião realizada com diretores e técnicos da CDHU, Paulo Alexandre reforçou o apelo para que a captação de água da chuva fizesse parte dos projetos habitacionais que serão licitados pela empresa. “Além das vantagens proporcionadas pelo reaproveitamento, a iniciativa vai servir de exemplo para os empresários da construção civil, que já começam a compreender que o sistema pode ser um diferencial na venda de imóveis”.

A falta estímulo e a falsa idéia de que “água é um bem barato e duradouro” contribuem para o desperdício de um líquido valioso e raro no mundo. Apesar do Brasil abrigar 13,7% da água doce do planeta, cerca de 80% dessas reservas estão na região amazônica. Os 20% restantes se distribuem desigualmente pelo País, atendendo 95% da população.

Em São Paulo, a escassez de água já é uma realidade. Apenas 1,6% da água nacional encontra-se no Estado. Para atender a população paulista, seria preciso 69 mil litros de água por segundo. A Sabesp só consegue produzir 60 mil litros por segundo. Ou seja, o abastecimento do Estado está no seu limite.

Crédito – Paulo Alexandre também propôs a concessão de linhas de crédito com juros menores para a implantação de projetos de captação de águas pluviais em moradias e estabelecimentos comerciais e industriais. Outra medida defendida é a redução no valor da conta de água para quem aderir ao programa de reaproveitamento da água.

A Índia é um bom exemplo de que a necessidade pode ser uma aliada da economia. Como há escassez do líquido no país, os edifícios comerciais indianos mantêm estações próprias de tratamento de esgoto, reutilizando a água tratada para alimentar o ar-condicionado. Por dia, são economizados até 250 m3 por dia.

Assessoria de Imprensa