SÃO PAULO (Reuters) – O Brasil vai dizer na reunião do G20, na França, que o grupo das vinte principais economias do mundo deve propor medidas financeiras urgentes e um plano de sustentação do crescimento e do emprego, afirmou nesta segunda-feira a presidente Dilma Rousseff.

Em evento na capital paulista nesta noite, Dilma também criticou a demora das autoridades europeias em oferecer soluções para a sua crise da dívida.

“Cabe ao G20 ajudar a restabelecer a confiança no retorno do crescimento, em especial das economias desenvolvidas”, afirmou a presidente.

Dilma acrescentou que deixará claro que o país não acredita que a crise será efetivamente superada com guerra cambial ou com “a velha receita pura e simples da recessão e do desemprego”, ressaltando que o estímulo ao crescimento e ao emprego é umas das principais formas de superar a crise.

“Estou convencida de que esse foco no crescimento com, redução de desigualdades, com políticas fiscal e monetária responsáveis, é parte essencial da solução para a atual crise global”, disse.

A presidente reafirmou que o país está sendo menos atingido pela atual turbulência externa graças ao mercado consumidor interno, à diversificação geográfica das exportações e à solidez das contas públicas e do setor financeiro.

“Nós sabemos que, se a crise se agravar, a economia brasileira sofrerá alguns dos efeitos da recessão global, mas temos todos os instrumentos para resistir e proteger nosso mercado e nossos empregos”.

A presidente ressaltou que o país está cumprindo suas metas de superávit primário, que a inflação já começou a ceder e que o país já segue atraindo volumosos investimentos estrangeiros. Ela voltou a dizer que o governo está criando o ambiente para a queda sustentada dos juros.

Dilma destacou a importância de as soluções às crises não demorarem, afirmando que o atraso da União Europeia em resolver seus problemas de dívida soberana tornou os problemas mais graves.

“A combinação de altas taxas de desemprego, redução do consumo e paralisia em algumas decisões mina a possibilidade de recuperação”, afirmou ela.

Dilma viaja na madrugada de terça-feira para a França, onde participará da cúpula dos líderes do G20, que se reúnem em Cannes nos dias 3 e 4 de novembro.

(Reportagem de José de Castro)

 

Fonte: VEJA