É cada vez pior e alarmante a situação do excesso de lixo. A cada dia que passa mais e mais toneladas de detrito são produzidos e despejados em aterros sanitários e pior, o aumento excessivo gerado resulta em um problema ainda mais alarmante: há falta de aterros e de espaço para acomodar tanto resíduo, sendo que mais da metade de todo o montante acumulado é jogado em terrenos a céu aberto, colocados à beira de estradas e até jogados em mares e rios, prejudicando o meio ambiente.

O consumismo elevado aliado à falta de uma educação ambiental eficaz pode ser considerado o vilão da demasiada produção de lixo nas grandes cidades. O destino do entulho e seu acondicionamento inadequado têm trazido graves problemas a todos, desde doenças causadas por organismos provenientes dos resíduos até o aumento do número de roedores e animais peçonhentos, o que representa uma calamidade à saúde pública.

Governos municipais, responsáveis pelo recolhimento e destino final do lixo, terão uma grande dor de cabeça nos próximos anos. Pressões de entidades ambientais e da própria sociedade praticamente inviabilizaram a criação de novos lixões, no entanto, por outro lado, construir mais aterros sanitários teria um preço extremamente elevado e ainda, se o aterro não for bem planejado, pode representar um risco enorme aos moradores vizinhos, e pior, aos lençóis freáticos.

Uma opção ao governo seria a utilização de incineradores, que, apesar de apresentarem elevado custo, seria uma saída viável (talvez uma única saída) para esta questão preocupante que os nossos governantes têm para resolver.  Exemplificando esta situação alarmante, temos a cidade de São Paulo, responsável pela produção de 12 mil toneladas de lixo por dia. Multipliquemos por semanas, meses, anos e décadas. É lixo que não acaba mais!

Sozinha, uma pessoa produz em média um quilo de lixo diariamente, e, dependendo da condição social e do consumismo da mesma, esta quantia ainda se eleva.  Algumas empresas começam a descobrir vantagens em se reciclar alguns materiais, como o alumínio, já bastante reciclado no Brasil. No entanto, resíduos como vidros, plásticos, latas de ferro e pneus usados, têm índice de reciclagem muito pequeno, o que faz uma cruel diferença.

Vale ressaltar que nós, seres humanos, que por ora somos responsáveis por todo esse lixo, somos também os mais prejudicados por sua má acomodação. Assim, torna-se fundamental pensarmos em alternativas viáveis e mais, colocar a “mão na massa” para torná-las possíveis. Seja separando o lixo para reciclagem, seja ajudando a difundir questões importantes sobre os problemas que surgem a partir do excesso de detrito.
O futuro já chegou. Se todos nós fizermos a política dos três R’s – Reduzir, Reciclar e Reutilizar – pelo menos, em algum momento, estamos ajudando a resolver um dos problemas mais graves na questão ambiental.

O meio ambiente agradece e as futuras gerações também.
Que nossas consciências comecem a pesar a cada grama de lixo produzido. Só assim mudaremos esta grave situação.

*Thiago Calache é jornalista e pós-graduando em Gestão Ambiental pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). E-mail: thicalache@bol.com.br