Fundo decide manter Dominique Strauss-Kahn no cargo de diretor-gerente e “acompanhar os acontecimentos”, mas já circulam nomes para substituí-lo

Embora o mandato do francês Dominique Strauss-Kahn à frente do Fundo Monetário Internacional (FMI) só termine oficialmente em setembro de 2012, já era esperada sua saída antecipada – para disputar a presidência da França. Mas o escândalo em Nova York, onde é acusado de ato sexual criminoso, cárcere privado e tentativa de estupro, antecipou as apostas e pôs em evidência sua sucessão no FMI.

Um acordo de cavalheiros firmado após o fim da II Guerra Mundial dá tradicionalmente aos europeus a chefia do FMI e aos americanos, como contrapartida, a do Banco Mundial. A chanceler alemã, Angela Merkel, já expressou sua preferência por um europeu à frente do FMI em razão da crise financeira que atravessam países da zona do euro, como Grécia, Irlanda e Portugal.

Um dos nomes mais cotados para substituir Strauss-Kahn é o de sua compatriota Christine Lagarde, ministra de Finanças da França. Outro europeu na lista é o ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown, que já presidiu o Comitê Monetário e Financeiro Internacional, principal órgão executivo do FMI. O ex-presidente do Bundesbank, o alemão Axel Weber, também aparece entre os cotados.

Emergentes – Apesar da vantagem dos europeus, aumenta a pressão dos países emergentes para que o acordo seja revisto de modo a refletir seu crescente peso econômico no cenário internacional. Não se espera que a mudança ocorra tão cedo, ainda mais em tempos de crise no bloco europeu, mas já circulam nomes de possíveis candidatos a chefiar o FMI ligados a economias emergentes.

Entre eles estão o ex-ministro de Economia da Turquia, Kemal Dervis, que atualmente trabalha no centro de estudos da Brookings Institution; o atual chefe do Banco Central mexicano, Agustín Carstens, que já foi o número dois do FMI; Mohamed El-Erian, que tem cidadania egípcia e francesa e preside o maior fundo de investimentos do mundo, o PIMCO; e o ex-ministro de Economia da África do Sul, Trevor Manuel.

A lista, que provavelmente aumentará nos próximos dias, inclui também o nome do americano Stanley Fischer, subdiretor-gerente do FMI entre 1994 e 2001 e atualmente chefe do Banco de Israel.

Permanência – A permanência – por ora – de Strauss-Kahn à frente do FMI foi decidida nesta segunda-feira. “O FMI e seu Conselho de Administração vão acompanhar os acontecimentos”, diz um comunicado firmado pela diretora de Relações Exteriores do Fundo, Caroline Atkinson. O economista compareceu nesta manhã perante um tribunal de Nova York para enfrentar as acusações de abuso sexual, teve negado o pedido de liberdade sob fiança de 1 milhão de dólares e foi mandado para o presídio de Rikers Island. A próxima audiência do caso será na sexta-feira.

(com EFE)

Fonte: VEJA