De longe, o salar de Atacama dá a ideia de uma planície onde choveu cimento: uma superfície pedregosa e esbranquiçada.

Um olhar de perto revela algo mais delicado. São esculturas de sal que cobrem cerca de 3.000 quilômetros quadrados, área rodeada por montanhas e vulcões e recortada por lagoas que abrigam diferentes tipos de flamingo.

Marina Della Valle/Folhapress
Pôr do sol no salar de Atacama, região que concentra esculturas de sal em uma área de 3.000 quilômetros quadrados

Pôr do sol no salar de Atacama, região que concentra esculturas de sal em uma área de 3.000 quilômetros quadrados

De uma estrada mais larga que margeia uma parte da lagoa, trilhas estreitas cortam a planície pedregosa.

Em um cenário tão grandioso, fascinam os detalhes. O sal constrói estruturas intrincadas, recortadas e porosas. A superfície rugosa difere o salar do Atacama do vizinho Uyuni, na Bolívia, que apresenta área plana. Menor que Uyuni, o salar do Atacama é a maior fonte ativa de lítio do mundo.

Aqui é preciso redobrar o cuidado com o sol. Assim como a neve, as esculturas de sal refletem sua luz, potencializando o risco de queimaduras. Pelo mesmo motivo, os óculos escuros são indispensáveis no passeio.

Com o cair da tarde, as pedras e cristais de sal começam a refletir as cores do pôr do sol no deserto, passando por tons de roxo, amarelo forte e laranja.

A chegada da noite é responsável pelo ápice do passeio. Enquanto, de um lado, o sol se põe atrás dos picos, transformando as lagoas em espelhos, do outro lado a lua cheia sobe por cima dos vulcões da cordilheira Domeyko, em uma visão simultânea que parece pertencer somente a esse lugar peculiar.


fonte: Folha de Sp