Confrontos entre manifestantes árabes e soldados israelenses deixaram 16 mortos, no domingo
O governo americano acusou, nesta segunda-feira, a Síria de incitar os confrontos entre manifestantes palestinos e forças israelenses nas fronteiras de Israel com seus vizinhos árabes, na véspera, deixando 16 mortos e 112 feridos. Do avião Air Force One, onde acompanhava o presidente Barack Obama em uma visita a Memphis, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, declarou que o governo dos Estados Unidos lamenta a perda de vidas, mas destacou que Israel tem direito de se defender.
“Israel tem o direito de impedir que pessoas não autorizadas cruzem suas fronteiras”, disse Carney. A declaração se referia às manifestações palestinas para marcar o Dia da Nakba (Catástrofe), como os árabes denominam a fundação do estado de Israel em 1948.
O porta-voz criticou duramente o governo sírio, o qual acusou de incitar os palestinos à violência para distrair o mundo da dura repressão que realiza contra as manifestações vividas em seu próprio território. Dezenas de civis pró-democracia foram assassinados pelo regime nas últimas semanas na Síria.
“Nós recriminamos firmemente o envolvimento do governo sírio na incitação aos protestos deste domingo nas Colinas do Golã”, declarou Carney. “Essa conduta é inaceitável e desvia a atenção da repressão do governo da Síria contra os manifestantes em seu próprio país”, condenou. O governo israelense também fará suas acusações e afirmou que apresentará uma reclamação formal contra Síria e Líbano ao Conselho de Segurança e ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Outro lado – Já o coordenador especial da ONU para o Líbano, Michael Williams, condenou nesta segunda-feira o “uso desproporcional da força” por Israel contra manifestantes na fronteira com o Líbano. “Estou comovido com o número de mortos e o uso desproporcional da força por parte do Exército israelense contra manifestantes desarmados. É algo que condeno”, afirmou Williams após se reunir com o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati.
Williams, que manifestou condolências às famílias das vítimas, disse que seu encontro com Mikati esteve centrado no derramamento de sangue na “Linha Azul”, a fronteira entre ambos os países estabelecida pela ONU, assim como na evolução da situação no norte do país e na região.
(Com agência EFE)
Fonte: VEJA