O evento, que ocorrerá entre 21 de outubro e 6 de novembro, irá reunir uma série de atividades em unidades do Sesc na capital, Grande São Paulo, interior e litoral
O turismo pode transformar a vida das mulheres. Com base nessa premissa e a fim de colocar no centro da discussão as protagonistas dessa história, o Festival de Turismo do Sesc em São Paulo irá promover, entre 21 de outubro e 6 de novembro, uma série de atividades sob o tema “Mulheres no Mapa” nas unidades da capital paulista, Grande São Paulo, interior e litoral.
O Turismo Social do Sesc em São Paulo, programa que em 2018 completará 70 anos, incentiva os participantes das atividades a dialogarem com outras culturas, interagirem com os habitantes dos locais visitados, conhecer seu patrimônio natural e respeitar suas tradições, sempre de forma responsável e consciente.
“O turismo social é parte de um contexto maior – a educação permanente -, no qual se integra a outros programas das áreas de cultura, esportes, saúde e sustentabilidade do Sesc”, afirma o diretor regional, Danilo Santos de Miranda. “É um dos meios para se despertar a consciência política, histórica e comunitária não apenas dos viajantes, mas também dos anfitriões e das empresas que fazem parte deste processo, que permite contatos e trocas simbólicas e materiais, que ocorrem nesta ampla vivência compromissada com a ética e a sustentabilidade social”, conclui Miranda.
A programação do festival “Mulheres no Mapa” inclui excursões e passeios – entre eles, visitas a centros que guardam memórias da apropriação dos territórios pela população negra feminina –, e intervenções artísticas, além de exibições de filmes e documentários seguidas de bate-papo. As ações também contemplam oficinas, palestras e rodas de conversa sobre questões variadas, sobre mulheres que assumiram o protagonismo no desenvolvimento do turismo em suas comunidades, entre outras atividades que buscam compartilhar experiências e discutir os desafios da participação feminina nesse setor.
“O Festival pretende abordar a presença feminina no turismo sob diversas óticas, e promover reflexões acerca das formas pelas quais as mulheres aparecem como protagonistas na atividade turística”, afirma Flávia Roberta Costa, coordenadora de Gestão de Turismo Social do Sesc em São Paulo, pois a “presença feminina na atividade turística é marcante. As mulheres ocupam grande parte dos postos de trabalho no setor e, cada vez mais, têm colocado as viagens entre seus hábitos”. Costa complementa que, “se por um lado essa realidade traz consigo um potencial transformador, por outro carrega também uma série de questões presentes num mundo ainda altamente patriarcal”.
Entre os destaques da programação, o passeio “São Paulo de Lina”, tem saída do Sesc São Caetano, para conhecer a cidade a partir das criações da arquiteta Lina Bo Bardi (1914-1992). O roteiro inclui visita à Casa de Vidro, ao MASP e ao Sesc Pompeia. O Centro de Pesquisa e Formação, na capital, abrigará o curso “Gênero e Turismo: Uma Relação Ambígua”, que tem por finalidade abordar tópicos intrínsecos ao tema, como a relação das mulheres com turismo, tanto como viajantes quanto profissionais da área, além de questões que envolvem o turismo sexual, gênero, pequenas empresas turísticas e turismo como produtor de imagens e identidades.
Percorrendo o enredo de viajante, o Sesc Consolação exibirá, no dia 28, o documentário “Tão Longe É Aqui”, seguido de bate-papo com a cineasta Eliza Capai. O filme é um road movie, espécie de diário feito com as memórias de uma viagem, que narra encontros com mulheres que vivem em tempos e culturas diferentes. A documentarista também estará nas unidades de Pinheiros e São Carlos nos dias 26 e 27, respectivamente, para relatar sua experiência na estrada, buscando desconstruir o estereótipo do turista convencional.
O foco na arte é retomado no passeio que segue os passos das mulheres modernistas, marcado para o dia 29, tendo como ponto de partida a unidade Consolação. Durante o percurso, acompanhado pelo historiador Mauricio Teixeira, a atenção será dirigida ao legado das pintoras Anita Malfatti (1889-1964) e Tarsila do Amaral (1886-1973), expostos na cidade. Os territórios urbanos grafitados por mulheres também não poderiam ficar de fora da programação. Com saída no dia 5/11 do Sesc Interlagos, a atividade se concentrará na zona sul, passando por trechos demarcados pela arte de rua.
No dia 5/11 também serão feitas visitas a outros locais conhecidos por abrigar obras de figuras femininas de renome. Saindo de São Caetano, o passeio “São Paulo da Tomie” irá mostrar a história da artista plástica Tomie Ohtake (1913-2015). O trajeto terá passagem pelo Instituto Tomie Ohtake, em Pinheiros, e pelo Bináh Espaço de Arte, na Lapa, onde acontece uma oficina de arte. Já o tour “Casas de São Paulo: Fundação Ema Klabin”, tem saída do Sesc Vila Mariana, e terá como destino o espaço hoje dedicado a desenvolver atividades artísticas e culturais que estudam e divulgam a trajetória de Ema Klabin (1907-1994).
O Sesc Interlagos irá reunir no dia 6/11 as meninas do grupo Pedalinas e convidadas para o bate-papo “As Minas e o Pedal”, com dicas para viajar de bike e sobre oficina mecânica básica para quem opta por passear sobre duas rodas.
Interior
Com saída das unidades de São Carlos e Araraquara, o passeio “Heleieth Saffioti e Gilda de Mello e Souza – Diálogos Ficcionais” busca desvendar duas importantes intelectuais brasileiras do século 20 que viveram parte de suas vidas em Araraquara: pensadora do feminismo Heleieth Saffioti (1934-2010), e Gilda de Mello e Souza (1919-2005), que teve significativa importância nos estudos sobre estética.
O Sesc Campinas irá realizar, no dia 23, um passeio à Casa do Sol, onde se localiza o Instituo Hilda Hilst e o Sesc Rio Preto terá, no dia 26, uma roda de conversa sobre novas formas de viajar, mostrando um panorama sobre caronas, roteiros inusitados e hospedagens compartilhadas. A mediação deste bate-papo ficará por conta da artista circense Samira Lemes, da publicitária Bruna Castro, autora do blog Abra a Janela, e da locutora Dani Krugets, autora, com o namorado André Motta, do blog Viagem Criativa.
A mesma temática estará presente na mesa “Elas Viajam Sozinhas”, que será realizada no dia 28, no Sesc Bauru. As escritoras Cecilia Arbolave e Clara Averbuck, autoras do livro “Queria Ter Ficado Mais”, e Helga Bevilacqua, do blog Espaços Invisíveis, vão discutir o que está por trás da reação de espanto das pessoas quando uma mulher decide viajar sozinha. Após a conversa, será a vez do “Sarau Delas”, em que os participantes recitam poemas e podem compartilhar experiências pessoais de viagens.
A resistência feminina na ditadura militar também tem espaço em passeio do dia 29, cuja proposta é vivenciar o protagonismo feminino em espaços marcados pela repressão política daquele período. Com saída do Sesc Jundiaí, a rota será guiada pela cientista social e especialista em questões de gênero Danielle Tega e terá como destino a Rua Maria Antônia, na Vila Buarque e o Memorial da Resistência (antigo DOPS), entre outros pontos.
O Sesc Thermas de Presidente Prudente terá uma mesa, no dia 30, sobre acessibilidade com a blogueira e estilista Michele Simões, responsável pelo blog Guia do Viajante Cadeirante, que passou a registrar suas experiências de viagem depois de perder o movimento das pernas num acidente de carro.
Em 4 de novembro, os visitantes sairão da unidade de Birigui para passar um dia na cidade vizinha de Penápolis. Lá, eles serão acolhidos pela bibliotecária Solange Chotolli, que irá mostrar parte da história da poetisa Cora Coralina (1889-1985).
A programação completa está disponível no site www.sescsp.org.br/mulheresnomapa.
Nas redes sociais:
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SERVIÇO:
FESTIVAL DE TURISMO “MULHERES NO MAPA”
Período: 21 de outubro a 6 de novembro
Local: unidades do Sesc em São Paulo na capital, Grande São Paulo, interior e litoral