Estimativa anterior, divulgada em abril, apontava uma expansão de 4,5% do PIB

Em relatório, FMI ressalta o aumento dos preços ao consumidor nos países emergentes ( Alex Wong/Getty Images)

Em relatório, FMI ressalta o aumento dos preços ao consumidor nos países emergentes ( Alex Wong/Getty Images)

O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou nesta sexta-feira seu novo relatório World Economic Outlook em que revisa levemente para baixo a previsão de crescimento da economia mundial. A nova expectativa é de 4,3% contra a projeção anterior, divulgada em abril, de 4,4%. A entidade ressalta no documento que, apesar da forte expansão das nações emergentes, a economia internacional passa por um processo de desaceleração moderada. Os riscos, no entanto, são crescentes. Para o Brasil, o Fundo baixou a projeção de elevação do PIB neste ano para 4,1%, contra expectativa anterior de 4,5%.

O Fundo relata que a atividade global cresceu apenas 4,3% no primeiro trimestre e a perspectiva é que feche 2011 no mesmo ritmo. O FMI prevê desaceleração neste segundo trimestre, mas aposta que haverá uma recuperação na segunda metade do ano. A revisão para cima no crescimento estimado dos emergentes foi que o permitui uma diminuição apenas marginal na estimativa de crescimento econômico global neste ano. No ano passado, o avanço do PIB global foi de 5,1%.

A desaceleração da economia americana e as incertezas em países periféricos da zona do euro contribuem para expectativas menos otimistas dos especialistas do Fundo. O PIB mundial de 2011 sofre ainda a influência da tragédia no Japão, que exerce forte impacto no setor automotivo local, haja vista os problemas na cadeia de fornecimento. Soma-se a isso o alerta do FMi para as conseqüências negativas de um possível superaquecimento dos emergentes.

As projeções para 2011 apontam que os Estados unidos devem crescer 2,5% (ante o avanço de 2,9% em 2010) e a zona do euro, 1,8% (contra 2% no ano passado); ao passo que o Japão deve mostrar retração de 0,7% (em oposição ao crescimento de 4% do ano anterior). Já o PIB da China deve se expandir 9,6% ante os 10,3% do ano passado.

Brasil – A economia brasileira, segundo o FMI, deve crescer 4,1% neste ano – bem abaixo dos 7,5% do ano anterior – e 3,6% em 2012. As expectativas do fundo para o país denontam, portanto, uma piora ante a pesquisa anterior, quando se esperavam altas de 4,5% em 2011 e 4,1% no próximo ano.

Inflação global – A vida também deve ficar mais cara no mundo, sobretudo nos países emergentes. A pesquisa prevê um forte aumento de 6,9% nos preços ao consumidor nas economias em desenvolvimento para este ano. Já nos países desenvolvidos, a alta será menor: de 2,6%.

“Grandes ajustes, incluindo equilíbrio fiscal e reformas no setor financeiro em diversas economias de países desenvolvidos, além de acertos em diversas economias emergentes, são essenciais para assegurar crescimento e criação de empregos ao longo do médio prazo”, aponta o relatório.

No primeiro trimestre de 2011, a inflação global apresentou elevação de 4%, ante 3,5% no período anterior. Neste caso, uma alta inesperada nos preços das commodities foi o propulsor dos aumentos. Nos emergentes, o impulso da demanda por combustíveis e alimentos também é apontado como causa do crescimento das pressões inflacionárias.

Fonte: VEJA