A fumaça das queimadas no Acre, em Rondônia, em Mato Grosso e até na Bolívia tem se deslocado para o Sul do país e pode chegar também ao Sudeste.

Isso acontece porque uma frente fria no Rio Grande do Sul abre um corredor para a passagem da fumaça, diz o meteorologista Saulo Freitas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Nesta quinta-feira, a nuvem de fumaça –cujo centro fica em Santa Catarina– estava entre dois e três quilômetros de altitude, segundo o instituto.

O fenômeno fez com que Novo Hamburgo (região metropolitana de Porto Alegre) acordasse com um clima “londrino”, como definiu o secretário de Meio Ambiente, Ubiratan Hack.

Mesmo sem focos de queimadas, a cidade ficou nos últimos dias com o horizonte opaco, diz ele.

A previsão é que o fenômeno se mantenha na região pelo menos até sábado (28), segundo o Inpe.

Com a possível chegada de uma nova frente fria ao sul do país, que se aproxima a partir da Argentina, é possível que o corredor de fumaça se desloque e atinja São Paulo e outros Estados do Sudeste na próxima semana.

De acordo com Freitas, a situação de seca e baixa umidade do ar deve permanecer por mais 30 dias, atingindo o ápice na semana que vem.

VIZINHANÇA

A fumaça se acumula também em todo o Acre, principalmente devido às queimadas na Bolívia. O país vizinho é o segundo com mais focos de incêndio e pediu apoio ao Brasil para conter o fogo.

O secretário estadual de Meio Ambiente, Eufran Amaral, estima que a maior parte da fumaça que atinge o Acre tenha origem na Bolívia.

Em Rondônia, a universidade federal teve aulas suspensas após a névoa causar mal-estar e alergias em professores e estudantes.

A maior parte vem do norte do Mato Grosso, de acordo com o meteorologista Fábio Saraiva, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente.

Devida à baixa visibilidade, os aeroportos de Rio Branco (AC), Porto Velho (RO) e Cuiabá (MT) têm operado por instrumentos nos últimos dias.

Estradas federais na região chegaram a ser fechadas pela Polícia Rodoviária Federal.

FSP