Os funcionários da Infraero, empresa que administra os aeroportos, encerraram nesta manhã a paralisação nos aeroportos de Brasília e Cumbica, em Guarulhos (SP), prevista para durar até a meia-noite desta sexta-feira. A assembleia da categoria em Viracopos, em Campinas (SP), só será realizada à tarde.
De acordo com Samuel Santos, diretor financeiro e administrativo do Sina (Sindicato Nacional dos Aeroportuários), houve avanço nas negociações e o governo encaminhou propostas que são consideradas satisfatórias, na sua opinião. A greve em Brasília terminou por volta das 11h.
Já em Guarulhos, foi encerrada pouco depois do meio-dia, mas com resistência dos trabalhadores. No aeroporto de Cumbica, os funcionários da Infraero aceitaram retornar ao trabalho, mas vão permanecer em estado de greve até quarta-feira (26), quando deve acontecer uma reunião com o governo às 10h, no Palácio do Planalto, em Brasília.
Wagner Bittencourt, ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, representantes da secretaria-geral da Presidência, diretores da Infraero e representantes do sindicato dos aeroportuários deverão comparecer ao encontro.
A categoria só aceitou voltar ao trabalho imediatamente em Guarulhos quando Francisco Lemos, presidente do Sina, acenou com a possibilidade de operação padrão na liberação das aeronaves que entram e saem do pátio e admitiu que os trabalhadores não estariam articulados para paralisar tudo. Por conta disso, segundo deliberação na assembleia, os fiscais de pista vão liberar apenas um avião de cada vez, o que pode atrasar embarques e desembarques.
PROPOSTAS
Entre as propostas encaminhadas pelo governo estão a inclusão dos funcionários da Infraero nos debates sobre a possível privatização dos aeroportos e a aceitação de garantias de trabalho, como a representação sindical.
O governo também concordou em retomar as negociações com os trabalhadores sobre a questão da estabilidade em um possível novo modelo de concessão. Até então, os grevistas não haviam aceitado a proposta de estabilidade de até 24 meses e reivindicavam um período de cinco a dez anos. Segundo o diretor do Sina, as discussões serão reabertas.
“Isso é prova de que temos responsabilidade e vontade de discutir o tema seriamente. Propôs-se a discussão do tema, nós aceitamos”, disse Santos.
Fonte: Folha