BRASÍLIA – A Petrobrás poderá elevar a sua participação na produção de etanol no Brasil para até 15%, ante atuais 5%, afirmou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, nesta sexta-feira, 6. “Nós vamos avançar rapidamente para produção de 10%, 12%, 15% nos próximos anos… em três, quatro anos”, afirmou ele a jornalistas na saída do Palácio do Alvorada, após reunião com a presidente Dilma Rousseff. O Brasil produziu 28 bilhões de litros na última temporada.

“Com isso, a Petrobrás se transforma definitivamente num regulador eficiente do fornecimento e dos preços do etanol”, acrescentou Lobão, destacando que a estatal terá uma “presença mais agressiva” no mercado desse biocombustível.

Em entrevista à Reuters no final de abril, o presidente da Petrobrás Biocombustível, Miguel Rosseto, já havia sinalizado que a companhia planejava elevar a meta de participação no mercado de etanol até 2014, mas sem detalhar qual era nova meta.

O governo anunciou que queria ampliar a sua atuação no mercado de etanol em meio à alta dos preços do combustível. Na semana passada, editou uma Medida Provisória que dá à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) o poder de regular a produção, a importação, a exportação, a estocagem e a venda do etanol e outros biocombustíveis.

Questionado sobre os investimentos para o aumento de participação da estatal na produção de etanol, ele disse que isso ainda está sendo avaliado. O ministro disse ainda que, com a intensificação da safra da cana no centro-sul do Brasil, a situação deve ser normalizada. “A partir da próxima semana, a oferta (de etanol) será muito maior e, como consequência, a tendência é uma queda crescente dos preços do etanol.”

Os preços do anidro, misturado à gasolina, estão em queda nas usinas desde a semana passada em São Paulo.

Com a situação do etanol se regularizando e eventualmente menos pressão do petróleo no mercado internacional para aumentar o preço da gasolina, o governo vê menos necessidade de a Petrobrás reajustar a gasolina, disse uma fonte à Reuters nesta sexta-feira.

Lobão também não vê motivo para mexer, por ora, na gasolina. “Não haverá nenhuma alteração nos preços dos combustíveis enquanto o preço do barril internacional estiver em torno desses patamares que conhecemos”, disse. “Não se cogita, portanto, o aumento do preço do combustível.”

O preço do petróleo, que vinha disparando desde o início do ano, começou a ceder na quinta-feira e na tarde desta sexta era cotado abaixo de US$ 100 no mercado norte-americano.

(Por Maria Carolina Marcello)

fonte: Estadão