Por Alessandra Saraiva e Daniela Amorim

Rio – A desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre do ano, ante o trimestre anterior, foi puxada por resultados pífios da indústria (+0,2%) e da agropecuária (-0,1%) no período, ressaltou Rebeca de La Rocque Palis, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Realmente a gente vê uma desaceleração do crescimento. A gente continua crescendo, mas em uma taxa mais baixa. Mas temos que lembrar que as taxas mais altas de 2010 têm a ver com o ano de comparação, 2009, que era ano da crise”, assinalou. “Quem puxou para baixo, como era esperado, foram agropecuária e indústria.”

Na indústria, a expansão de 2,2% registrada pela indústria extrativa foi contrabalançada pelo comportamento da indústria de transformação, que ficou estável neste trimestre. Os índices de volume do Valor Adicionado da atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana e da construção civil, por sua vez, registraram crescimento de 1,5% e 0,5%, respectivamente.

Serviços

O crescimento da atividade de serviços de informação, de 1,9% no segundo trimestre deste ano ante o trimestre anterior, foi um dos destaques do aumento de 0,8% do PIB no período, informou o IBGE. Na comparação com o primeiro trimestre de 2011, o crescimento do setor de serviços como um todo também foi de 0,8%. Além dos serviços de informação, as maiores elevações foram verificadas em intermediação financeira e seguros (1,6%) e comércio (1,1%).

O índice de volume dos outros serviços cresceu 1,0%, seguido por administração, saúde e educação públicas (0,6%), transporte, armazenagem e correio (0,1%) e atividades imobiliárias e aluguel (0,1%).

“Serviços continuaram crescendo a taxas bem semelhantes que as do primeiro trimestre”, disse a gerente da Coordenação de Contas Nacionais. “Quem pesa mesmo é a parte de telecomunicação. Dentro dos serviços de informação, tiveram destaque telefonia, informática e uma pequena parte de TV por assinatura. Mas o pesado mesmo é a parte de telefonia tanto móvel quanto fixa e a parte de informática”, explicou Rebeca Palis.

Variação no semestre

A variação de 3,6% no PIB do primeiro semestre deste ano foi a mais fraca para um primeiro semestre desde 2009, o ano da crise global. Segundo o IBGE, a taxa de elevação do PIB no primeiro semestre do ano passado foi de 9,2%. Já a variação do PIB no primeiro semestre de 2009 foi negativa, com recuo de 2,9%.

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Fonte: VEJA