ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

A cadeia de livrarias Borders entrou ontem com pedido de concordata nos EUA e anunciou fechamento de cerca de 200 lojas, reforçando temores sobre o futuro do setor no país.
A ação, considerada a maior falência do ramo dos livros, vem sendo creditada, além de às más decisões de negócios, à competição com lojas virtuais como a Amazon.com e a demora a entrar no ramo dos e-books.
A empresa informou ter dívidas no valor de US$ 1,29 bilhão (R$ 2,16 bilhões) e bens estimados em US$ 1,27 bilhão (R$ 2,12 bilhões).
As vendas caíram mais de 12% no terceiro trimestre do ano passado.
Financiamento de US$ 505 milhões (R$ 844 milhões) da GE Capital permitirá que siga operando enquanto se reestrutura sob o capítulo 11 da lei de falências americana.

HISTÓRIA
A Borders começou em 1971 como um sebo em Ann Arbor (Michigan). Opera mais de 650 lojas, das quais 500 são no formato superstore, e tem 19 mil funcionários.
Por anos, a companhia manteve mentalidade expansiva, com acúmulo de lojas próximas umas das outras e dos concorrentes.
Os problemas não são exclusivos da Borders, mas se espalham pelo setor.
Sua principal concorrente, a cadeia Barnes & Noble, foi colocada à venda e anunciou fechamento de algumas lojas em 2010.
As independentes também lutam para sobreviver. Na semana passada, uma das mais conhecidas, a Powell’s Books (de Portland), demitiu 31 funcionários.
Analistas do setor projetam redução de 50% em livrarias “físicas” em cinco anos e 90% em dez anos.

Fonte: Folha de São Paulo