Publicações trazem o resultado da avaliação da gestão das unidades de conservação dos três estados Amazônicos e são ferramentas importantes para o planejamento de políticas públicas.

Por Ligia Paes de Barros, WWF-Brasil

Três novos livros revelam o resultado da avaliação da gestão das unidades de conservação (UCs) nos estados do Amazonas, Pará e Rondônia, na Amazônia brasileira.

O estudo avalia se as unidades de conservação – 49 no Pará, 53 em Rondônia e 54 no Amazonas, em uma área de mais de 56 milhões de hectares – estão cumprindo seu objetivo de conservação da natureza, se tem um planejamento efetivo, se estão vulneráveis ou sofrendo ameaças, e ainda se possuem recursos suficientes.

As publicações são fruto da parceria entre as secretarias de Meio Ambiente desses estados, o WWF-Brasil e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

“Esse trabalho de análise da gestão das UCs é inovador e fundamental para subsidiar políticas públicas. Sem informações sobre a realidade das áreas protegidas, não há como planejar ações para melhorar sua efetividade. Daí a grande importância desse estudo”, afirmou Mauro Armelin, coordenador do Programa Amazônia do WWF-Brasil.

O método utilizado para avaliar a gestão dessas áreas protegidas é o Rappam, sigla em inglês para Avaliação Rápida e Priorização da Gestão de Unidades de Conservação. Desenvolvido pela Rede WWF, o Rappam é uma das metodologias mais utilizadas em todo o mundo para avaliar rapidamente a efetividade de gestão das áreas protegidas.

A pesquisa é realizada por meio de questionários aplicados durante oficinas com gestores, funcionários e demais colaboradores das unidades de conservação. As respostas são analisadas por equipes técnicas que sistematizam os resultados em relação ao contexto, planejamento, insumos, processos e resultados que as UCs vêm atingindo nos últimos anos.

Como resultado, obtém-se um diagnóstico completo das unidades de conservação com informações e recomendações sobre priorização de ações, aplicação de recursos e definição de programas para auxiliar os órgãos responsáveis na gestão do sistema de unidades de conservação do país.

“Apesar de importância biológica alta e planejamento adequado, as unidades de conservação avaliadas nos três estados têm menores índices de desempenho em insumos, como recursos financeiros e humanos, e processos, como a elaboração dos planos de manejo. No geral, isso compromete o alcance dos resultados e os valores totais de efetividade das UCs”, explicou a analista de conservação do WWF-Brasil, Mariana Ferreira, responsável pela coordenação do estudo.

Além das unidades de conservação do Pará, Amazonas e Rondônia, a parceria entre o WWF-Brasil e o ICMBio também avaliou a efetividade da gestão das unidades de conservação dos estados do Mato Grosso, São Paulo, Amapá e Acre, além de duas etapas de avaliação das unidades de conservação federais: a primeira realizada entre 2005 e 2007, quando 246 unidades de conservação federais foram analisadas, e em 2010, com a avaliação de 292 UCs federais, cujo resultado será divulgado em 2012.  Nesse total, mais de 98% da área em unidades de conservação na Amazônia e cerca de 80% da área em UCs no Brasil foram avaliadas.

fonte: WWF