Passados 20 anos da Rio-92 e faltando dois meses para a Rio+20 -conferência da ONU sobre o desenvolvimento sustentável (www.rio20.gov.br ) que discute, de 13 a 22 de junho, mudanças climáticas no planeta-, o Rio vive o período do outono, estação que marca o fim da altíssima temporada turística.

Mas, se a proximidade da Rio+20 já suscita a discussão sobre a possível carência de leitos na rede hoteleira carioca, o que dizer sobre a necessidade de acomodar os visitantes internacionais na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016? Oficialmente, a cidade anuncia que vai oferecer 17 mil novos leitos até 2016.

E até que as promessas se cumpram, o fantasma da escassez de quartos em hotéis seguirá rondando os megaeventos que o Rio hospeda num futuro próximo.

Polêmicas à parte, é o outono, e não o verão, a estação do ano preferida por muitos dos cariocas que não veem lá tanta graça em tostar sob o implacável sol de 40 graus.

Agora, é hora de desligar o ar-condicionado e sair às ruas para aproveitar a cidade com temperaturas mais amenas. No Rio, essa cena outonal costuma tirar de cena as chuvas do verão. E se essas chuvas tiverem sido suficientes, a vegetação que cobre os morros da cidade deve rapidamente tingir-se de um verde especialmente intenso.

Num mundo em que há pelo menos 20 anos, desde a Rio-92, se discute o estudo sobre a elevação de temperatura do planeta, publicado na revista científica “Nature Climate Change” por estudiosos liderados por Dim Coumou e Stefan Rahmstorf, ninguém parece estar imune a eventuais tragédias climáticas.

Na contramão das previsões meteorológicas mundiais sombrias, o outono do carioca costuma ser ameno, perfeito para passear, com os dias bem iluminados e um céu tão limpo que torna cristalina a fruição da paisagem do Rio, tal como numa tela em alta definição.

Pedro Carrilho/Folhapress
Morro Dois Irmãos, pedra da Gávea e lagoa Rodrigo de Freitas vistos de mirante no parque da Catacumba

OUTONO À CARIOCA
O melhor da estação é aproveitar essa luminosidade especial em passeios ao ar livre: mas, faça chuva ou sol, a programação cultural sempre garante boas alternativas.

O Museu Nacional de Belas Artes (www.mnba.gov.br ), por exemplo, celebra 75 anos de fundação oferecendo entrada gratuita para os visitantes até o fim de maio, e tem como destaque a exposição “Modigliani: Imagens de uma Vida”, com obras do pintor e escultor italiano, algumas expostas pela primeira vez na América Latina.

Também o Centro, que é como o carioca chama o CCBB, ou Centro Cultural Banco do Brasil, (www.bb.com.br ) exibe, até o fim de abril, a exposição “Tarsila do Amaral – Percurso Afetivo”, a primeira individual da artista no Rio nos últimos 40 anos.

Outra alternativa para quem quer entrar no clima cultural carioca alheio a aberrações climáticas é a exposição e mostra de filmes “Tutto Fellini”, que vai até o dia 17 de junho no Instituto Moreira Salles (www.ims.com.br ), na Gávea.

fonte: folha de sp