‘Publicidade deixa de ser passiva, consumidor escolhe o que quer’, diz diretor da Nissan

Executivo da Coca-Cola afirma que produzir conteúdo para se relacionar com cliente virou ‘necessidade’

MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO

Na busca para engajar e se comunicar com o consumidor nas mídias sociais, as empresas estão se tornando produtoras de conteúdo.

“Antes a publicidade era passiva, chegava por meio de anúncio no intervalo da TV. Hoje o consumidor é que escolhe o que quer ver. Por isso as marcas precisam criar um relacionamento que seja relevante”, disse Murilo Moreno, diretor de marketing da montadora japonesa Nissan no Brasil.

“As pessoas compram carro, em média, a cada três anos. Mas consomem conteúdo [sobre carros] diariamente”, afirma.

Em um painel sobre marcas como produtoras de conteúdo no MediaOn, 5º Seminário de Jornalismo On-line, ontem, em São Paulo, Moreno disse que a Nissan criou um conselho editorial, formado por representantes da montadora e de agências de publicidade.

“Os publicitários dão as diretrizes, mas o conteúdo do dia a dia é feito por jornalistas de assessoria de imprensa”, disse Moreno.

Segundo o executivo, a Nissan fez a opção de não controlar comentários do público nas redes sociais. “Não dá para controlar as marcas nas internet. Quando você vai para as redes sociais, a marca deixa de ser sua.”

Ele diz que 85% do conteúdo relacionado à marca na internet é produzido por consumidores. “Só 15% saem da nossa equipe de comunicação”, disse Moreno.

PÔNEIS

Com campanhas humoradas e irreverentes, que costumam ser contestadas por concorrentes ou pelo Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), a Nissan estourou nas mídias sociais com os “Pôneis Malditos”, filme visto mais de 13 milhões de vezes no site

YouTube.

Apesar de deter apenas 2% do volume de vendas no mercado brasileiro de automóveis, a Nissan é a terceira marca de automóvel mais querida do Facebook no Brasil, com 119 mil fãs.

No mesmo painel, Gian Martinez, gerente sênior de excelência criativa da Coca-Cola Brasil, afirmou que produzir conteúdo para se relacionar com o consumidor passou a ser uma “necessidade para toda e qualquer empresa”.

“Conteúdo é o que dá sentido a uma marca.”

fonte: folha de sp