Brasília/São Paulo/Curitiba – O ministro dinamarquês do meio ambiente, Troels Lund Poulsen, vem ao Brasil para uma visita entre 09 a 11 de setembro. Fazem parte de sua agenda, entre outros, encontros políticos referentes à “COP15”, a conferência mundial sobre mudanças climáticas, a ser realizada em dezembro deste ano em Copenhagen (www.cop15.dk). Outro destaque será seu relato do “caso dinamarquês”, que comprova a compatibilidade entre crescimento econômico expressivo e respeito ao meio ambiente. Além de conversar com o seu homólogo brasileiro Carlos Minc, Poulsen agendou encontros com empresários, autoridades locais e ONGs (organizações não governamentais). O ministro vem acompanhado por uma delegação de empresários, cujo enfoque de atividades é a tecnologia ambiental limpa (cleantech).
Ligado à visita do ministro haverá dois eventos “Encontro Brasil-Dinamarca: Cooperação em Meio Ambiente – Seminários e Rodadas de Negócios” em Curitíba e São Paulo, com participação de Poulsen neste último, que se concentram na cooperação ambiental dos dois países. A organização dos encontros ficou sob a responsabilidade do Consulado Geral da Dinamarca em São Paulo e duas consultorias, a Brazbiz.dk e a WTC, em parceria com a FIEP (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) http://www.fiepr.org.br/fiepr/ e da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) http://www.fiepr.org.br/fiepr/ .
Os dois eventos vão focalizar, entre outros: gestão de recursos hídricos; tratamento de esgotos privados e industriais; construção; infra-estruturas; energia renovável e eficiência energética; reciclagem de resíduos (metal, biogás, biomassa, poluição do ar); projetos e negócios de compra e venda de quotas de CO2. O objetivo dos encontros será proporcionar informações sobre as melhores soluções tecnológicas sustentáveis, de grande relevância para os setores de Tecnologia Limpa e compartilhar interesses comuns entre o Brasil e a Dinamarca nestas áreas. O público alvo são empresários, empresas e instituições interessadas no intercâmbio de conhecimentos.
Outro destaque importante será a apresentação do “caso dinamarquês” pelo ministro na sede do Grupo Santander em São Paulo no dia 11 de setembro de 2009, a convite do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável) http://www.cebds.org.br/cebds/ . O tema central do evento será as mudanças do clima e a posição brasileira com vistas à COP15.
O encontro será presidido por Fernando Almeida, presidente do CEBDS, e contará com a presença do ministro Luiz Alberto Figueiredo Machado, do Departamento de Meio Ambiente e Temas Especiais do Ministério das Relações Exteriores. Também estarão presentes CEOs de empresas associadas ao CEBDS que participam das discussões globais sobre mudanças do clima.
O “caso dinamarquês” fala por si: vale lembrar a criação do Ministério de Combate à Poluição em 1971 – o primeiro a ser criado em todo mundo – e a crise do petróleo em meados da década de 1970. O impacto desta crise foi tremendo, pois a Dinamarca importava quase toda a quantidade de sua energia consumida. Para responder aos desafios ambientais e energéticos, a Dinamarca desenvolveu soluções para minimizar a poluição do ar e da água, diminuir o consumo de energia e, simultaneamente, estimular o crescimento econômico e o bem-estar social.
A Dinamarca é a prova de que é possível gerar-se crescimento econômico expressivo de forma sustentável. Desde 1980 sua economia cresceu 78%, somente de 1990 a 2007 ela aumentou sua atividade econômica em 45%, enquanto que a emissão de CO2 (ajustada por variações nas condições meteorológicas e no intercâmbio de eletricidade com países estrangeiros) diminuiu substanciais 13%. A Dinamarca conseguiu, assim, manter a sua posição de país desenvolvido com um crescimento econômico elevado, ao mesmo tempo em que ela tem uma das mais eficientes formas de utilização de energia e de emissão de CO2 relativamente à sua produção, em comparação com outros países da UE e os países da OCDE.
A energia renovável é elemento central no objetivo em longo prazo do governo dinamarquês de tornar a Dinamarca totalmente independente de combustíveis fósseis. A quota de energia renovável no consumo final de energia na Dinamarca tem aumentado gradativamente desde 1980, representando hoje cerca de 19% do total, sendo que diferentes tipos de biomassa perfazem a maior parte deste segmento. Considerando-se apenas o fornecimento de energia elétrica, a energia renovável representa hoje 28% do total, fato este que se deve, em grande medida, à integração da energia eólica na geração de eletricidade. Vale lembrar que a Dinamarca é a atual líder na produção de turbinas eólicas, com cerca de um terço de seu mercado global. A Dinamarca tem bastante a oferecer no que diz respeito às tecnologias ambientais e know how relacionado ao meio ambiente.
Dieter Böhnke