Roger Agnelli deixará o cargo no próximo dia 22; decisão terá de ser ratificada pelo conselho de administração

Murilo Ferreira havia deixado a empresa no ano passado (Eduardo Monteiro/Exame)

Murilo Ferreira havia deixado a empresa no ano passado (Eduardo Monteiro/Exame)

Os acionistas controladores da Valepar enviaram à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta segunda-feira comunicado que confirma a escolha do administrador Murilo Pinto Ferreira, 58 anos, para o cargo de diretor presidente da multinacional brasileira. Representantes da Litel, Bradespar, BNDESpar, Mitsui e Elétron estiveram reunidos ao longo de todo o dia para selar adestituição de Roger Agnelli do posto, o que vai ocorrer no próximo dia 22, e escolher seu substituto. A decisão, segundo a Valepar, ainda precisa ser aprovada pelo conselho de administração da companhia.

Murilo Ferreira foi indicado, segundo o documento, pelos acionistas controladores a partir de uma lista tríplice preparada por empresa internacional de seleção de executivos, em conformidade com as normas e o Estatuto da Valepar. Graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), o executivo é pós-graduado em Administração e Finanças pela FGV do Rio, e fez especialização em M&A pela IMD Business School, em Lausanne, na Suíça.

Ferreira já foi importante dirigente da Vale, onde trabalhou por 30 anos. De 2005 a 2008, foi diretor-executivo da empresa, tendo passado por divisões de alumínio, carvão, energia, siderurgia, entre outros. Também liderou investimentos na China. À semelhança de Tito Martins, que era o mais cotado para o cargo, presidiu a Vale Inco – mineradora de níquel canadense comprada pela Vale – em 2007 e 2008.

O escolhido para dirigir a operação global da Vale deixou a empresa no ano passado. Um dos motivos que teriam levado à sua saída seria um desentendimento com um diretor ligado à Agnelli. Outra explicação é que Ferreira opôs-se à aquisição da mineradora anglo-suíça Xstrata, a sexta maior do mundo. O negócio não se concretizou, mas teria custado ao executivo certo desconforto dentro da empresa.


Fonte: VEJA