Polêmicas envolvendo cartolas esquentam a disputa do campeonato nacional

Fábio Koff, presidente do Clube dos 13: guerra da TV rachou entidade (Paulo Pinto/Agência Estado)

Fábio Koff, presidente do Clube dos 13: guerra da TV rachou entidade (Paulo Pinto/Agência Estado)

A rivalidade entre os clubes não ficará só dentro do campo na edição 2011 do Campeonato Brasileiro, que começa no próximo fim de semana. Fora das quatro linhas, os 20 clubes travaram verdadeiras guerras de bastidores por assuntos como direitos de transmissão de TV, a definição dos estádios para a Copa do Mundo de 2014, a polêmica envolvendo a possível transferência do meia Paulo Henrique Ganso do Santos para o Corinthians e a indecisão sobre o clube que ficará com a Taça das Bolinhas. A seguir, os principais rolos envolvendo os cartolas das agremiações rivais:

Guerra dos direitos de TV

No início deste ano, os vinte clubes participantes da Série A e alguns da Série B precisaram decidir com qual emissora fechariam contrato para as transmissões de seus jogos no Brasileirão a partir de 2012. Apesar de o Clube dos 13 ter fechado contrato com a RedeTV! alegando ter procuração de 15 times, por 1,5 bilhão de reais, os clubes preferiram negociar de forma isolada. O Clube dos 13 ficou esvaziado, a RedeTV! foi escanteada e a Rede Globo, após negociação individual, assinou de forma oficial acordo com quase todos os clubes da primeira divisão.

O desfecho do caso foi uma vitória do grupo liderado por Corinthians e Flamengo sobre a turma comandada por São Paulo e Atlético-MG. Pelo critério da Globo, Corinthians e Flamengo terão as cotas mais generosas, enquanto Palmeiras, Santos, Vasco e São Paulo vêm logo atrás. Atlético-MG, Botafogo, Cruzeiro, Fluminense, Grêmio e Internacional integram o terceiro escalão, enquanto Atlético-PR, Bahia, Coritiba, Goiás, Sport e Vitória receberiam apenas o piso do contrato. Times considerados menores, como Guarani e Portuguesa, e que também faziam parte do Clube dos 13, ainda não tiveram suas situações definidas.

Briga pela Taça das Bolinhas

A briga pela posse da Taça das Bolinhas continua. O troféu está com o São Paulo desde o dia 14 de fevereiro, mas o Flamengo reivindica a posse. O prêmio foi criado em 1975 pela Caixa Econômica Federal e o dono seria o primeiro clube tricampeão brasileiro consecutivo ou quem conquistasse cinco títulos alternados do torneio nacional. A polêmica começou em 1992, quando o Flamengo faturou o que considerava ser seu quinto título brasileiro. Porém, a CBF, na época, não considerava a equipe campeã em 1987, quando foi disputada a Copa União, organizada pelo Clube dos 13, e apontava o Sport como vencedor.

O São Paulo, que venceu seu quinto título em 2007, passou a reivindicar a Taça das Bolinhas. Disposta a estimular a rivalidade entre a primeira e a terceira maiores torcidas do país, a CBF enfim reconheceu o Flamengo como campeão brasileiro em 1987 – a essa altura, porém, o troféu já tinha sido entregue ao São Paulo pela Caixa. No último dia 3 de março, o Superior Tribunal de Justiça determinou que o São Paulo devolvesse o troféu para a Caixa, mas os paulistas argumentam que o próprio STJ determinou que o campeão brasileiro de 1987 foi o Sport. Com ares de novela, a disputa continua na justiça.

Santos x Corinthians na disputa por Ganso

Uma das maiores revelações do Brasil nos últimos anos, o meia Paulo Henrique Ganso ainda não entrou em acordo para renovação de seu contrato com o Santos. Atento à indefinição, o Corinthians aparece como um dos candidatos à contratação do craque, que nunca escondeu o desejo de se transferir para a Itália – o Corinthians, nesse caso, seria apenas uma ponte para a Europa. A multa rescisória para contratar o atleta gira em torno de 50 milhões de euros. Para times brasileiros, porém, o valor é menor, 29 milhões de euros. Um time europeu poderia, por exemplo, gastar menos e deixar Ganso emprestado por alguns meses.

Irritado com o interesse corintiano, o presidente do Santos, Luís Álvaro Ribeiro, cita um “acordo de cavalheiros”, segundo o qual o Corinthians não contrata jogadores do Santos e os santistas não acertam com atletas do rival. O presidente corintiano Andrés Sanchez afirma que não existe negociação com Ganso, mas sobram sinais de que existe alguma negociação em curso – a começar pelo bom relacionamento do meia com Ronaldo, ex-jogador, hoje empresário. Através de sua agência de marketing esportivo, a 9ine, o Fenômeno pode costurar a aproximação – e confirmar o rompimento do “acordo de cavalheiros” que o Santos acha ter.

Fonte: VEJA