World Animal Protection pede que KFC melhore o bem-estar dos frangos

Pouca gente sabe, mas a produção intensiva de frangos é uma das maiores causas de sofrimento animal ao redor do mundo. Por isso, a World Animal Protection lança hoje, no Dia Mundial dos Animais, uma campanha cobrando que o KFC, um dos maiores compradores de frango do mundo, melhore as condições de vida dos frangos.
Uma pesquisa realizada pela organização não-governamental aponta que os consumidores pouco sabem sobre a carne de frango que consomem. A pesquisa feita com 12 mil pessoas ao redor do mundo (Reino Unido, Suécia, Holanda, Dinamarca, Estados Unidos, Canadá, Índia, Brasil, Tailândia, Nova Zelândia, Austrália e China) mostra que, muito embora as pessoas estejam preocupadas com o que consomem, poucas sabem sobre a origem dessa carne.
O que a pesquisa mostra sobre a visão dos consumidores brasileiros:
– Sete entre dez (71%) não sabem que os frangos vivem apenas 42 dias;
– Dos que comem frango, nove entre dez (90%) afirmaram que não comprariam carne de uma rede fast-food se soubessem que o animal sofreu com problemas de saúde decorrentes da produção industrial, e
– Sete entre dez (72%) nunca perguntaram nos estabelecimentos de fast-food sobre a origem da carne de frango.
“É possível encontrar um ponto de equilíbrio entre uma produção ética que tem como foco principal o bem-estar dos animais e que seja economicamente viável para milhares de famílias que sobrevivem desta atividade no nosso país. Fornecendo recursos indispensáveis aos animais como: densidades adequadas, luz natural, e atividades lúdicas, as empresas deveriam proporcionar um ambiente rico e interativo, no qual os frangos tenham vidas que valham a pena ser vividas”, afirma Paola Rueda, coordenadora de bem-estar animal  da World Animal Protection Brasil.
Todos os anos, 60 bilhões de frangos são criados para consumo. Aproximadamente 2 mil frangos são abatidos a cada segundo. Dois terços desses animais (40 bilhões) vivem em armazéns sombrios superlotadas com pouca ou nenhuma luz natural ou ar fresco, incapazes de realizar muitos comportamentos naturais, como ciscar, bicar e espojar.
Muitos sofrem com problemas de locomoção, corações e pulmões sobrecarregados, que simplesmente não aguentam a velocidade de crescimento do animal. Surgem também feridas na pele causadas em condições de superlotação pelo tempo que permanecem sobre seus próprios resíduos.
Steve McIvor, diretor-executivo da World Animal Protection afirma que “Essa produção de frangos que crescem rapidamente tem um preço. É inaceitável que por trás do consumo da carne preferida da população mundial exista um sofrimento que aumente conforme a demanda”.
A World Animal Protection desafia um dos maiores compradores de frango do mundo, o KFC, a melhorar os padrões de bem-estar dos frangos servidos em seus restaurantes. A organização pede por um crescimento mais lento dos animais, com mais espaço, enriquecimento e luz natural para uma melhor qualidade de vida.
A política de bem-estar animal do KFC, desenvolvida por sua empresa parceira Yum! Brands afirma o objetivo de “trabalhar apenas com fornecedores que demonstrem estar de acordo com práticas de bem-estar animal”. ” No entanto, eles são atualmente classificados na segunda posição mais baixa no Business Benchmark for Farm Animal Welfare (BBFAW), o ranking global para performances de empresas em bem-estar animal.
“Precisamos expor as condições em que muitos frangos vivem.  Eles sofrem secretamente, a portas fechadas e longe do público. O KFC tem uma grande parte do mercado, com mais de 18 mil lojas ao redor do mundo em 115 países e gostaríamos que eles utilizassem sua influência global mostrando que se importam com os frangos”, conclui Steve McIvor.
O público pode colaborar com a campanha assinando a petição em: www.protecaoanimalmundial.org.br/mudepelosfrangos