Em campanha à reeleição, presidente participa de evento de site e corteja público que lhe é fiel

Jim Young/Reuters

Obama durante evento com Zuckerberg, fundador do Facebook

FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES

“Nada de cutucar o presidente”, avisou a diretora de operações do Facebook, brincando com as gírias usadas no site de relacionamentos, ao anunciar Barack Obama num evento transmitido ontem pela internet, no qual ele respondeu perguntas de funcionários e internautas.
Rodeado por uma pequena plateia de convidados, boa parte com câmeras de celulares em punho, Obama falou sobre maneiras de reduzir o deficit orçamentário de US$ 1,4 trilhão do país, sobre os desafios da reforma da imigração e sobre cobrar impostos dos ricos.
Essa foi a primeira vez que o presidente americano visitou a sede da empresa em Palo Alto, no Vale do Silício, na Califórnia. A viagem faz parte dos planos de campanha de reeleição de Obama, lançada no começo deste mês, para se aproximar dos jovens e atrair voluntários.
Mark Zuckerberg, presidente-executivo do Facebook, mediou as perguntas. Chegou de jeans, tênis surrado, paletó e gravata. “Estou meio nervoso, temos o presidente dos EUA aqui”, disse o jovem bilionário de 26 anos.
“Meu nome é Barack Obama, e eu sou o cara que fez Mark usar um paletó e uma gravata. E tenho muito orgulho disto”, brincou o presidente, antes de sugerir a Zuckerberg que os dois tirassem os paletós.
Nas discussões de como diminuir o deficit do país, Obama afirmou que a economia americana poderia entrar em colapso, voltando à recessão, se os gastos do governo fossem cortados de forma radical.
De olho em Zuckerberg, o presidente também falou da tentativa de fazer pessoas “como Mark pagar mais impostos”. “Eu tô legal com isto”, respondeu o cofundador da rede social.
A primeira de várias séries de aplausos veio quando ele respondia sobre seus planos de reforma da imigração. “Quero isto feito enquanto eu for presidente”, disse.
Do lado de fora da empresa, cerca de 30 pessoas protestavam contra temas diversos, como o aumento da gasolina e a guerra no Iraque.
O número de pessoas assistindo on-line não foi divulgado, mas a página do evento no Facebook recebeu mais de 2.000 comentários.
O botão “curtir” foi apertado mais de 7.200 vezes. Obama tem uma das páginas mais populares no Facebook, com 19 milhões de membros (a cantora Lady Gaga tem 35 milhões).
Depois de pouco mais de uma hora de perguntas, Obama se levantou para apertar a mão dos presentes, como em qualquer final de comício. Zuckerberg agradeceu e deu ao presidente um agasalho com capuz com o nome da empresa.

EM BUSCA DE DOAÇÕES
Obama ficará na Califórnia até amanhã, participando de meia dúzia de eventos para arrecadar fundos para sua campanha.
Hoje, ele tem um encontro nos estúdios da Sony, onde são esperadas milhares de pessoas que pagaram entre US$ 100 e US$ 2.500.
Na campanha de 2008, Obama conseguiu arrecadar cerca de US$ 750 milhões em doações. Destes, algo em torno de US$ 78 milhões vieram da Califórnia.

Fonte: Folha de São Paulo