O mercado de compensação de carbono tem um longo futuro para ajudar o mundo a reduzir as emissões de gás do efeito-estufa, mesmo com os preços do carbono atingindo recordes de baixa, disse nesta quinta-feira (19) o presidente-executivo do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) da Organização das Nações Unidas (ONU).
O valor dos créditos de carbono apoiados pela ONU, chamados de reduções certificadas de emissões (CERs), caiu cerca de 70% ao longo dos últimos 12 meses devido à grande oferta de créditos e à queda na demanda — decorrente à desaceleração da economia.
De acordo com o escritório Pinheiro Pedro Advogados, a cotação atual da tonelada de carbono está entre US$ 5 e US$ 16. Durante a realização da conferência da UNFCCC em Durban, em dezembro na África do Sul, o preço alcançou o menor patamar: US$ 3 – custo dez vezes menor aos US$ 30 alcançados em março de 2006, considerado seu ápice.
Os preços reduzidos do carbono paralisaram os investimentos na tecnologia de baixo carbono, suscitando dúvidas sobre se há algum ponto no Protocolo de Kyoto de 1997 e seus mecanismos com base no mercado, especialmente o CDM. “Não vejo os preços baixos atuais afetando a longevidade do MDL”, disse Maosheng Duan, presidente do conselho executivo do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo.
“O MDL é um mecanismo maduro que já provou sua validade”, disse ele. “Pode-se facilmente prever um papel maior para ele omo fornecedor de compensações de qualidade para os diversos sistemas emergentes de comércio de emissões em diversas partes do mundo.”
(Fonte: Globo Natureza)