O responsável da ONU sobre mudança climática, o austríaco Yvo de Boer, disse que os países podem chegar a um grande acordo na conferência de Copenhague, mas reconheceu que não deve haver a ratificação de um tratado internacional, o que exigiria mais tempo.
De Boer afirmou hoje em entrevista coletiva que Copenhague será um “ponto de inflexão” e adiantou que pelo menos 40 chefes de estado estarão presentes à reunião.
Assim, o representante da ONU tenta romper o desânimo existente depois da reunião preparatória para Copenhague ocorrida esta semana em Barcelona.
Durante a semana, ficou claro que, se os EUA não estabelecerem uma meta clara para limitar suas emissões de poluentes, não haverá um acordo de cumprimento obrigatório.
A oferta norte-americana depender da lei ambiental em tramitação no Senado do país para possível aprovação em 2010.
Apesar disso, De Boer disse acreditar que os EUA se comprometerão com uma meta em Copenhague e ajudará no financiamento ao combate à mudança climática nos países em desenvolvimento.
Ajuda
O austríaco disse que será necessário aprovar um plano de ajuda de US$ 10 bilhões anuais para que os países em desenvolvimento possam controlar suas emissões e melhorar suas estratégias de adaptação.
Segundo De Boer, a reunião da capital dinamarquesa deve servir para estabelecer um meio de “dividir despesas”.
“O número que o presidente [dos EUA, Barack] Obama der será importante, será um sinal vital no processo internacional”, disse o representante da ONU, que disse confiar em que os americanos revelarão seus objetivos “no médio e longo prazo”.
Mesmo que não haja a assinatura de um tratado em Copenhague, De Boer insistiu em que haverá um marco, seguramente político –sem determinar o grau de vinculação–, que incluirá os compromissos de redução de emissões dos governos ricos até 2020.
Além disso, o representante da ONU assegurou que a cúpula dinamarquesa servirá para marcar as limitações dos Estados em desenvolvimento e emergentes, assim como o apoio financeiro que estes últimos receberão e o sistema de controle das ajudas.
Em qualquer caso, lembrou aos governos que existe o compromisso adotado em Bali (Indonésia) de fixar as reduções para o período 2012-2020.
Agência Efe