Em ranking do Fórum Econômico Mundial, Brasil sobe cinco posições e chega ao 53º lugar

Razões da subida são melhora da percepção de empresários sobre as instituições e melhor desempenho econômico

NATÁLIA PAIVA
DE SÃO PAULO

O Brasil subiu cinco posições e chegou ao 53º lugar no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial -que classifica 142 países a partir de itens como ambiente de negócios, uso de tecnologia e educação.
O estudo, que no país foi feito em parceria com a Fundação Dom Cabral, considera dados oficiais e entrevistas com empresários. Cada avaliação se sustenta sobre 12 “pilares” (veja gráfico), subdivididos em dezenas de itens.
A escalada brasileira responde à melhora da percepção do empresariado em relação às instituições (como governo e Justiça); à melhora econômica (estabilidade, inclusão e mercado doméstico maiores); e, por último, a uma mudança metodológica.
Os países se agrupam em três fases, a partir de seu PIB per capita (bens e serviços produzidos no ano divididos pela população). O Brasil saiu da segunda e está na “fase de transição”, rumo à terceira.
Com isso, fatores como ambiente empresarial sofisticado e capacidade de inovação passam a ter mais peso -contrabalançando um pouco itens nos quais o Brasil segue mal, como educação.
O pilar “Instituições”, baseado em entrevistas com cerca de 190 empresários, foi o que mais registrou ganhos: 16 posições. “Em função do ambiente de oportunidades, principalmente no primeiro trimestre, as opiniões foram boas até em fatores então críticos, como eficiência do governo”, afirma Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral.

GARGALOS
Os principais gargalos do país, diz Beñat Bilbao-Osorio, economista do Fórum, são a qualidade da educação e da infraestrutura, as barreiras ao empreendedor e a rigidez do mercado de trabalho.
O relatório destaca a inovação na América Latina, que segue descolada dos emergentes asiáticos. “As empresas sentem que ainda podem competir melhorando a eficiência e que não têm essa missão no longo prazo”, diz.
“O Brasil não vai conseguir avançar sem resolver seus problemas do passado”, afirma Arruda, alertando para o perigo de um efeito sanfona no desempenho brasileiro nesse tipo de ranking.
“As famílias que estão sendo incluídas deveriam exigir educação de melhor qualidade; as empresas, investir mais em capacitação. E é lógico que o Estado precisa investir em infraestrutura e tecnologia, para que o crescimento do Brasil tenha consistência.”

PELO MUNDO
O estudo mostrou ainda a contínua redução da diferença competitiva entre países ricos e emergentes, o declínio dos Estados Unidos (de 4º para 5º) e a crescente heterogeneidade na zona do euro.

 

Fonte: Folha de São Paulo