noticias_183Os países-membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) renovaram nesta sexta-feira seu apoio a projetos que visam implantar um programa regional para promover o uso sustentável de água.
O acordo foi selado em Brasília durante uma reunião da Comissão de Coordenação da OTCA, que é integrada por Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, e que se reuniu por ocasião da comemoração, amanhã, do Dia Mundial da Água.
Estes oito países detêm 20% das reservas mundiais de água doce, que estão concentradas na vasta bacia amazônica e em sua rede de afluentes, composta por dezenas de milhares de rios, dos quais 25.000 são totalmente navegáveis, o que lhes confere também um grande valor econômico.
A Secretaria-Geral da OTCA, chefiada pelo surinamês Robby Ramlakhan, apresentou um relatório técnico sobre um projeto de gestão integrada que esse órgão promove entre os países-membros, no qual alertou sobre os “riscos de conflitos” entre a geração de energia, os usos de água e os cuidados ambientais.
O coordenador do departamento do Meio Ambiente da OTCA, o equatoriano Antonio Matamoros, ressaltou a necessidade de que, nas políticas nacionais, sejam “harmonizados e equilibrados” esses três fatores, como requisito para conseguir um uso sustentável de água.
O projeto começou a ser desenvolvido em 2010, deve ser concluído no ano que vem e inclui uma série de estudos sobre o impacto da mudança climática, assim como de obras de infraestrutura e outras iniciativas sociais e econômicas previstas para a região amazônica. Além disso, o plano propõe estabelecer as consequências desses e de outros fenômenos além das fronteiras, como o desflorestamento ou a poluição dos rios, a fim de dar aos governos informações necessárias para estabelecer políticas comuns de conservação.
O embaixador venezuelano no Brasil, Diego Molero, que preside a Comissão de Coordenação da OTCA, citou a estreita relação que existe entre a preservação das florestas e o cuidado com a água, um recurso cada vez mais escasso e sobre o qual lembrou um alerta da ONU de que pode ser “tema de guerras” no futuro.
“Não é casual que hoje se celebre o Dia Mundial das Florestas e que amanhã seja o Dia Mundial da Água”, declarou Molero.
“Tudo, até a mudança climática, tem a ver com o ser humano, e devemos entender que a luta contra o desmatamento, o corte e a queima das florestas também são uma luta em favor da água”, disse o diplomata venezuelano.

Fonte: Agência EFE