Grupos ambientalistas dos Estados Unidos tentam ampliar o projeto de lei climático que tramita no Senado para que países estrangeiros recebam ajuda financeira ao cumprir suas próprias leis relativas à preservação de florestas, o que é uma forma de reduzir a poluição global pelo carbono.

A legislação climática aprovada no ano passado na Câmara previa incentivos financeiros nos EUA e no exterior para a redução das emissões de gases do efeito estufa.

Mas há dúvidas de que tais incentivos possam chegar a países como Brasil e Indonésia, que têm leis de proteção florestal, mas carecem de recursos para fiscalizá-las.

“Temos conversado com muita gente sobre essa questão”, disse Sarene Marshall, subdiretora do programa de mudança climática da Conservação Internacional. Ela acrescentou que “a vasta maioria do desmatamento na Amazônia é tecnicamente ilegal, porque o Brasil tem uma das leis de proteção mais abrangentes”.

“Estamos falando em programas que realmente ajudem mais proprietários rurais a cumprirem (as leis existentes)”, acrescentou ela.
Estima-se que o desmatamento para a abertura de lavouras e pastos e para a exploração de madeira represente 20 por cento das emissões totais de gases do efeito estufa. As árvores absorvem dióxido de carbono quando crescem, e o liberam quando são queimadas ou apodrecem.

O senador democrata John Kerry tenta definir no Senado uma versão intermediária que possa ser votada ainda neste ano, mas ainda não houve nenhuma definição. Ambientalistas esperam que o projeto de Kerry inclua concessões para a expansão dos créditos que as empresas poderiam adquirir para compensar suas emissões de carbono.

Dessa forma, por exemplo, uma empresa norte-americana poderia cumprir metas de redução estabelecidas pelos EUA caso investisse na proteção de florestas no exterior.

Autoridades florestais indonésias estiveram na semana passada em Washington tentando ampliar a cooperação bilateral nesse campo. A Indonésia é o terceiro maior emissor mundial de carbono, quando se leva em conta o desmatamento e o uso fundiário, e não só a poluição pela queima de carbono em fábricas, usinas e veículos.

Reuters