Eventos buscam, por meio de mobilização, alertar a sociedade sobre a importância da participação social na gestão ambiental, em comemoração ao Dia da Água.
Para comemorar o Dia Internacional da Água (22 de março), a Fundação SOS Mata Atlântica realiza ações que buscam sensibilizar a sociedade para a importância da água, recurso natural essencial a vida no Planeta, porém escasso. São elas: a II Jornada Pelo Tietê, que acontece entre os dias 20 e 26 de março nas cidades de Pirapora do Bom Jesus, Cabreúva, Itu, Salto e Porto Feliz, na Sub-bacia hidrográfica do Médio Tietê; e o seminário “Cuidar da Água: Um desafio para a sociedade”, no dia 25 de março, na Universidade de São Paulo (USP). “Ações como esta são importantes para mobilizar e engajar as pessoas em ações ambientais. Este é um processo importante para que tomem consciência de suas ações e os impactos que podem causar ao meio ambiente, seja na floresta, na água ou no ar”, explica Malu Ribeiro, coordenadora do programa Rede das Águas da Fundação.
II Jornada pelo Tietê
A II Jornada pelo Tietê, que começou no dia 20 em Itu e Cabreúva, tem como objetivo chamar atenção da sociedade para a poluição dos rios e os impactos do mau uso da água à saúde e as regiões degradas por falta de saneamento. A ação é organizada pelas prefeituras de Itu, Cabreúva, Salto, Porto Feliz e Pirapora do Bom Jesus, Fundação SOS Mata Atlântica, 5 Elementos, AR-Itu, Comitê de Bacias Hidrográficas dos Rios Sorocaba e Médio Tietê e apoio da ECO Salto, INEVAT, Águas de Itu, Diretoria Regional de Ensino, IMAC, Itu.com e Sorocaba Refrescos. Entre as atividades organizadas para a Jornada estão debates, exposições, atividades culturais e caminhadas.
A caminhada do Sábado, dia 20, na Estrada Parque reuniu todas as entidades e cidadãos para um ato em defesa do Rio Tietê e das Áreas de Preservação Permanente (APPs). A concentração para a caminhada aconteceu junto aos Portais da Estrada Parque, em Itu e Cabreúva. Os participantes percorreram um trecho de aproximadamente dez quilômetros, margeando o rio Tietê, até a Gruta da Glória, onde aconteceu um café cultural, com apresentações de música, dança e exposições.
Seminário “Cuidar da Água: Um desafio para a sociedade”
O seminário, que acontecerá dia 25 de março, das 9h às 16h, no Instituto de Biociências da USP, em São Paulo, tem por objetivo discutir os indicadores da qualidade da água e a percepção da sociedade, bem como a metodologia de monitoramento que considera padrões de percepção para reconhecer as condições ambientais dos córregos e rios.
Na abertura do evento estarão presentes o diretor de tecnologia, empreendimentos e meio ambiente da SABESP, Marcelo Salles; o diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani; e o professor da Faculdade de Educação (FE) e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental da Universidade de São Paulo (Procam – USP), Pedro Jacobi. Dividido em painéis, o seminário abordará temas como ‘A participação da sociedade na despoluição do rio Tietê’, com Carlos Tramontina, do Projeto Rios de São Paulo do SPTV – Rede Globo e Malu Ribeiro, da Rede das Águas da Fundação.
O segundo painel discutirá ‘O Projeto de Despoluição do Rio Tietê’, com Andréa Ferreira, gestora do Projeto Tietê da Sabesp; Vinicius Madazio, coordenador de Mobilização da Rede das Águas; e Paulina Chamorro, jornalista da Rádio Eldorado, como relatora e debatedora do painel. O tema ‘Indicadores de qualidade da água para o monitoramento participativo da sociedade’ do terceiro painel terá a professora Ana Lucia Brandimarte, do departamento de Ecologia do IB e Procam – USP; Marta Condé Lamparelli da CETESB; Daniel Forsin Buss, da Fiocruz; e Samuel Barreto, coordenador do Programa Água para a Vida do WWF-Brasil, como relator e debatedor. O último painel será o ‘Aprendizagem Social e Mobilização da Sociedade’, com a professora Denise Bacci, do IGC-USP, e com o professor Pedro Roberto Jacobi, da FE-Procam-USP.
O seminário é destinado ao público em geral e as vagas são limitadas. Essa é uma iniciativa da SOS Mata Atlântica, Procam-USP e Instituto de Geociência – USP e conta com o apoio da Rádio Eldorado. Mais informações, programação completa e inscrições pelo site www.rededasaguas.org.br.
Monitoramento do Rio Tietê
O projeto Observando os Rios, da SOS Mata Atlântica, atua como um importante componente de mobilização, educação ambiental e monitoramento participativo da evolução do Projeto de Despoluição do Rio Tietê, a cargo da Sabesp, com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Em parceria com grupos de monitoramento, o projeto encerrou 2008 com 300 grupos de monitoramento formados no Alto Tietê e 15 no Médio Tietê, que acompanham 196 corpos d’água, em 32 municípios da Bacia do Alto Tietê, e 28 na do Médio Tietê. Representantes desses grupos de monitoramento integram a II Jornada pelo Tietê.
Ao longo dos anos de 2002 até agora, as coletas realizadas, mensalmente, por seis grupos de monitoramento no trecho entre Pirapora do Bom Jesus e Porto Feliz, indicam variações da qualidade da água que vão de índices péssimos, ao aceitável. As corredeiras do rio Tietê e os remanescentes de Mata Atlântica na região da Estrada Parque contribuem para oxigenação da água e melhoria das condições ambientais do rio, que começa a “ressuscitar” nesse trecho, mas volta a apresentar qualidade ruim junto a foz do rio Jundiaí, em Salto, por contribuições de cargas poluidoras de outras bacias hidrográficas. Após a cidade de Porto Feliz o rio já apresenta índices aceitáveis de qualidade da água, com menos odor e presença de peixes.
Rede das Águas e o monitoramento de rios da Mata Atlântica
A Rede das águas, um dos principais programas da SOS Mata Atlântica, tem como objetivo avaliar a qualidade dos rios da Mata Atlântica e desenvolver, executar e aplicar ações como o projeto Observando os Rios, que organiza, capacita e instrumentaliza grupos sociais para o monitoramento da qualidade da água em rios, nascentes e córregos das regiões hidrográficas da Mata Atlântica. Com o projeto, já foi possível avaliar a qualidade da água de mais de 260 rios em diversas bacias hidrográficas brasileiras. Só no ano de 2009, 100 novos grupos de monitoramento aderiram à causa em dez Estados brasileiros: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Alagoas, Ceará, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Amazonas, onde o trabalho é realizado por outra organização. Ao todo, já são 12 bacias hidrográficas monitoradas, com 480 grupos em diversos pontos de coleta de água e informações.
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