Com base em posição de comissão de ética, governo decide que não investigará evolução patrimonial de Palocci
“O passado de cada ministro não cabe ao governo fazer nenhum tipo de investigação”, diz Gilberto Carvalho
BRENO COSTA
DE BRASÍLIA
O governo decidiu não investigar a evolução patrimonial do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, que multiplicou por 20 o seu patrimônio em quatro anos. Avalia que o assunto está “encerrado”.
A decisão de enterrar o caso foi sacramentada em reunião com a presença da presidente Dilma Rousseff e o próprio Palocci. Coube ao ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) fazer o anúncio.
O governo se ampara na posição expressada pela Comissão de Ética Pública da Presidência, que se reuniu na manhã de ontem e concluiu que não caberia ao grupo investigar a evolução patrimonial de Palocci, a não ser que alguma irregularidade específica fosse apontada.
“Para nós, o assunto está encerrado e nós estamos muito satisfeitos com esse resultado. Vamos para frente”, disse Carvalho.
Segundo o ministro, o governo tem que se preocupar com o que Palocci faz no “presente”, no exercício do cargo de ministro, e não com sua conduta no passado.
“Ele era deputado federal, desenvolvia outras funções [Palocci dedicou parte do ano de 2010 à coordenação da campanha de Dilma], e não nos cabe discutir essas funções que ele exercia”, disse. “[Sobre] o passado de cada um dos ministros não cabe ao governo fazer nenhum tipo de investigação.”
Na entrevista em que tentou pôr um ponto final no caso, Carvalho citou três vezes a expressão “vamos para frente” e fez referências à importância estratégica de Palocci para o governo.
O ministro vem exercendo o papel de principal articulador político: “Palocci é fundamental para esse governo, tem demonstrado uma grande competência”.
Fonte: Folha de S. Paulo