Rodovia SC-301Não há outra estrada brasileira que una tantas histórias, curvas e charme quanto a Estrada da Graciosa, que liga Curitiba ao litoral paranaense. Com cerca de 30 quilômetros de extensão -a maior parte de paralelepípedos do século 17-, o caminho estreito de mão dupla é fascinante. Não só pela beleza da serra do Mar, mas também pelo perigo.

Em muitos dos trechos sinuosos, bromélias e hortênsias que perfumam a via parecem um “guard-rail”decorativo. Por isso, para subir ou descer a serra sob chuva e neblina, é essencial ter freios ABS (antiblocante) ou evitar freadas bruscas, mesmo que o velocímetro não passe dos 40 km/ h.

Foi assim, sob tempestade, que o Honda City experimentou o momento mais tenso da viagem de 408 quilômetros de São Paulo a Curitiba. Apesar de a maior parte da BR-116 ser duplicada e bem asfaltada, o excesso de caminhões e de curvas é uma combinação para lá de arriscada.

Para não ser “atropelado” por um carga pesada acima do limite de velocidade, o motor do Honda City mostra-se arisco, mas “berra” acima dos 100 km/h.Talvez,ali, por medo.

Apesar de ter se saído bem no teste de estabilidade e de segurança, nem deu para estacioná-lo em um dos inúmeros quiosques que margeiam a Graciosa. Culpa do mau tempo. Melhor do que piquenique seria contemplar a vista para a Baía de Paranaguá ou para a Curva da Ferradura. Mas há quem prefira ver a serra de trem, o segundo passeio mais requisitado do Estado, atrás das cataratas de Foz do Iguaçu. Noite agitada Seguindo cerca de 50 quilômetros pela BR-277, sentido litoral, chega-se ao Pontal do Paraná, de onde parte a embarcação rumo à Ilha do Mel, onde carro nenhum pode entrar.

Ainda bem, pois, após cinco horas de viagem, as costas já pediam arrego – quem pagou a partir de R$ 56 mil pelo sedã modernoso da Honda percebe que os bancos mereciam uma camada extra de espuma. Pelo menos o City 1.5 (116 cv) não pensa que é esportivo no consumo de gasolina: faz até 14,6km/h, aferiu o teste Folha – Mauá – marca de popular. Cerca de cem quilômetros ao sul da ilha fica a cidade de Joinville, a mais populosa de Santa Catarina. Lá, a vida noturna agitada contrasta com a quietude da estrada da serra.
A melhor fotografia da viagem é feita do mirante da serra, de onde se vê a mata virgem que só não cobre a estreita estrada em forma de “S” que leva o motorista até o cume. Dá para avistar também a pequena barraca de banana caturra (nanica) do seu Ivo, que vende duas dúzias por R$ 1,50, o mesmo preço dos pedágios da rodovia Régis Bittencourt, que liga São Paulo ao Paraná.

Folha de São Paulo