Segundo a associação, o aumento da captura da piracatinga está associada aos casos cada vez mais comuns de matança de botos na região. A gordura do boto é um excelente atrativo para este peixe.
O monitoramento dos botos na região da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) de Mamirauá, realizado há 17 anos pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), indica que o número de botos cor-de-rosa, conhecidos também como botos-vermelhos (Inia geoffrensis) está diminuindo 10% por ano em diversas regiões da Amazônia.
Para denunciar a matança, a Ampa divulgou na internet o vídeo acima, mostrando botos capturados por pescadores. No vídeo, aparecem pescadores abatendo botos-rosas no Rio Purus e também a abordagem de um grupo de pescadores que capturava bichos nas proximidades de Manaus. Os botos são capturados com arpões e abatidos com golpes na cabeça. A carcaça é colocada em gaiolas de madeira, para atrair os bagres.
Embora não seja muito apreciado no Brasil, a piracatinga tem boa aceitação na Colômbia, para onde é enviado para venda, sem fiscalização, através do porto de Tabatinga, que fica a 1.108 km de Manaus. O peixe chega à Bogotá, capital do país, onde é transformado em filés, antes de ser vendido no mercado doméstico ou exportado para o Japão.
Boto cor-de-rosa, usado como isca, seus números caem 10% ao ano. Foto: Ampa
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