Ensaio de uma peça com arma de brinquedo chamou a atenção de morador, que ligou para a polícia

Renata Honorato

Um ensaio de um grupo de teatro amador na noite desta terça em São Paulo provocou uma confusão típica da sensação de insegurança que aflige a população das grandes cidades.

Após um chamado realizado a partir de um orelhão nas imediações da Rua Frei Caneca, no bairro da Consolação, a Polícia Militar foi acionada por causa de uma suspeita de sequestro em um prédio da região.

Não parecia ser trote. Primeiro, os policiais checaram a informação. Como perceberam uma ‘movimentação estranha’ decidiram agir.

A operação começou por volta das 21h50. Pelo menos seis viaturas e quatro motos da PM foram acionadas. Mais de dez soldados armados e com escudos entraram no prédio poucos minutos depois para uma varredura geral. Apenas após vasculhar todos os andares, os militares chegaram ao salão de festas, local de ensaio do grupo. Foi quando perceberam que a trupe usava uma arma de brinquedo em uma das cenas. Não houve tiros – só uma grande dose tensão extra para os atores. A arma de brinquedo não foi apreendida.

“A Força Tática foi acionada e chegou a investigar o local”, disse o Sargento Camargo, envolvido no incidente. “Alguém viu a silhueta de pessoas armadas em uma janela do prédio e usou um orelhão para registrar a ocorrência”, explicou o policial.

“Assim que chegamos percebemos uma movimentação estranha. Geralmente ocorre troca de tiros em situações onde há um criminoso armado em um prédio”, contou o sargento. “Quando há gravações e ensaios, os envolvidos costumam avisar a polícia, através de um ofício, sobre o que vai acontecer em um determinado local para garantir a segurança dos participantes”, explicou.

Um dos atores, que preferiu não se identificar, disse que levou um susto ao perceber a presença da polícia. “Achamos que algum ladrão tinha invadido o prédio”, disse.

“Seria cômico se não estivesse acontecendo de verdade”, afirmou um dos soldados, ainda chocado com a hilária confusão.

 

Fonte: VEJA