O Carnaval do Pará destaca-se pela sua diversidade e originalidade. Conhecendo melhor a comemoração paraense descobrimos toda a vitalidade cultural de sua população, sempre pronta para inovar na folia. A felicidade e a receptividade dos locais com suas manifestações folclóricas é algo que emociona. Percebe-se que o paraense tem orgulho de sua identidade cultural, e deseja preservá-la, embora esteja sempre disposto a amalgamá-la com outros elementos, como o discurso ambientalista, por exemplo.
Na capital Belém podemos encontrar descontração na comemoração carnavalesca da Estação das Docas, que chega a reunir 30 mil pessoas durante o período. Mas, para quem aprecia assistir escolas de samba desfilando na avenida, as arquibancadas e camarotes da Aldeia Amazônica são os lugares indicados para passar o sábado de Carnaval.

Para quem deseja sair da capital, as cidades do nordeste paraense são uma boa opção. Uma festa concorrida é o “Carnarimbó” de Marapanim, que atrai, há mais de 10 anos, cerca de 80 mil pessoas para a cidade distante mais de 170 km da capital. A comemoração inclui desfile de blocos, escolas de samba e trios elétricos, tudo num ecletismo que valoriza as manifestações folclóricas características do Estado. A cidade também se orgulha de ser o maior polo divulgador de carimbó do Pará, sendo também a terra natal de Mestre Lucindo, um dos maiores precursores deste estilo musical. Além da diversidade da programação, a beleza natural do município, com destaque para as praias do Crispim e Marudá, atrai turistas de várias regiões paraenses e de todo o Brasil.

Outra manifestação cultural que desperta a atenção pelo inusitado é o bloco dos “Pretinhos do Mangue” de Curuçá, município do nordeste paraense, distante 130 quilômetros da capital. O surgimento do bloco ocorreu por acaso durante o carnaval de 1989, quando alguns amigos resolveram pegar caranguejo e surpreenderam-se com a falta dos crustáceos. Em protesto, eles desfilaram pela cidade com o corpo cheio de lama. Foi o início do bloco, que cresce a cada ano e, hoje, é incrementado com trio elétrico e pequenos carros alegóricos. As letras das músicas também procuram despertar a consciência ambiental das pessoas. A brincadeira tornou-se séria quando o grupo converteu-se em uma Organização Não Governamental (ONG) que luta em defesa do meio ambiente, desenvolvendo ações de tratamento e coleta de lixo.

Em São Caetano das Odivelas, município de 17 mil habitantes localizado a 100 quilômetros de Belém, a animação fica por conta do “Boi de Máscara”, blocos que são puxados sob o símbolo de um boi. Os mais tradicionais bois de máscara, o Tinga e o Faceiro, são também os arrastões mais disputados entre os nove blocos que participam. Há, inclusive, a exemplo dos famosos bois Garantido e Caprichoso, de Parintins (AM), uma disputa entre os participantes. Outro destaque da cidade são as suas bandas musicais. Aos domingos de Carnaval, a partir de 5h30, é costume a comunidade acordar ao som destas bandas, que percorrem as ruas da cidade durante uma hora, movimento conhecido como “Alvorada Musical”. A banda Rodrigues dos Santos, fundada em 24 de fevereiro de 1881, é a mais antiga da cidade e uma das mais antigas do Pará.

Assessoria de imprensa do Governo do Pará