Concessionária realizou pequenas adaptações para deficientes e vai instalar sinalização para turista

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Priscila Daniel

 

A menos de quatro meses da Copa do Mundo, a rodoviária de Porto Alegre está preparando poucas adaptações para receber os turistas. A Veppo, atual concessionária da estação, não tem uma estimativa do aumento no movimento durante a Copa e prevê apenas modificações como a implantação de placas de informação em inglês e espanhol, que ainda não existem na rodoviária. O governo gaúcho, que concede a exploração do espaço, pretendia revitalizar o complexo através de um novo edital para renovar o contrato de exploração do serviço, mas o processo, com lançamento previsto para 2013, sofreu atrasos na escolha do projeto e impediu que as melhorias fossem concluídas até a Copa do Mundo. O novo processo estabelecia, entre outras coisas, melhorias em três áreas: integração com outros modais de transporte disponíveis no entorno, como a Trensurb, a estação da hidrovia Porto Alegre-Guaíba, a futura estação do Metrô de Porto Alegre e o transporte coletivo municipal, ligação com o Mercado Público e o Cais Mauá (atualmente em reformas para se tornar um complexo turístico) e estacionamento e cobertura para o embarque e desembarque de usuários de táxis.

O edital previa um contrato de 20 anos com o concessionário. Segundo o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), um novo edital está sendo preparado, com prazo provisório de cinco anos, que não prevê as melhorias. O período provisório vai ser utilizado para desenvolver os projetos que serão exigidos do concessionário que vencer o edital “definitivo”, com 20 anos de duração. Enquanto isso, serão realizadas apenas obras de recuperação funcional das instalações existentes, como pinturas no local. As instalações já receberam adaptações para deficientes físicos, e os funcionários passarão por cursos de idiomas para atender estrangeiros. A Veppo indica também que, até a Copa, serão aceitos cartões de crédito e débito nos guichês da rodoviária.

Localizada no centro da cidade, a rodoviária da capital gaúcha recebe mais de 30 mil passageiros nos dias de maior movimento, como o feriado de Natal. A estimativa para Porto Alegre, segundo a secretaria de turismo da capital, é de que 130 mil pessoas venham à cidade para os cinco jogos previstos para o estádio Beira-Rio durante a Copa. Grande parte dos visitantes deve vir de carro e ônibus da Argentina, que jogará contra a Nigéria em Porto Alegre, no dia 25 de junho. São quase 1,4 mil quilômetros separando os hermanos do Beira-Rio.

As placas de sinalização para estrangeiros chegam em boa hora. A estação pode parecer confusa para os turistas que desembarcam na capital gaúcha. Há pouca sinalização e, em dias de grande movimento, faltam bancos e estrutura para que todos os passageiros possam se acomodar com conforto no primeiro piso, onde ficam guichês e boxes de embarque e desembarque. São três conjuntos de banheiros gratuitos para quem frequenta a rodoviária e mais um adaptado para portadores de deficiência. Na sexta-feira, dia 10 de janeiro, quando muitos portoalegrenses embarcavam para o litoral ou para o interior do Estado, havia filas no banheiro feminino. Cerca de 10 mulheres esperavam no local, que não tem lugar para acomodar a bagagem. Os banheiros gratuitos são a opção para quem não quer desembolsar os R$2,25 cobrados pelos banheiros pagos.

Os usuários também reclamam do acesso ao local, dificultado pelo grande fluxo de ônibus municipais e carros de passeio que cercam o complexo (a rodoviária de Porto Alegre está posicionada na esquina da principal saída da cidade). Os semáforos, a calçada estreita e o fluxo intenso dificultam a vida do pedestre e dos motoristas que atravessam o Largo Vespasiano Júlio Veppo para chegar à estação. No entorno, há 4 estacionamentos pagos. O espaço disponibilizado pela rodoviária para embarque e desembarque de passageiros é pequeno e há reclamações sobre a segurança no local, principalmente à noite. O motorista Juvenal Rodrigues, de 58 anos, foi de taxi à rodoviária para evitar o transtorno de encontrar uma vaga de carro na região. “Tive que sair uma hora antes para chegar a tempo na rodoviária”, contou Juvenal enquanto esperava a filha, que iria embarcar para o interior.

Além do intenso trânsito da região, passageiros e motoristas convivem com uma obra no entorno da rodoviária – uma das previstas pela prefeitura para preparar a cidade para a Copa do Mundo. O entorno da estação vai ganhar um novo viaduto na avenida Júlio de Castilhos até março de 2014, segundo previsão da prefeitura. A obra prevê melhoria no tráfego dos veículos que chegam na cidade pela BR-290, deixando mais fácil o trânsito no local, mas não afeta diretamente o transporte interestadual. A obra da estação de ônibus, que funcionaria como um terminal BRT, com acesso à rodoviária através de passagem subterrânea, foi adiada. Atualmente, na saída da estação, os usuários de ônibus municipal sofrem em dias de chuva. A cobertura da parada de ônibus não abriga todas as pessoas que esperam lá no horário de pico. Assim como os usuários que esperam o táxi – que formam filas principalmente em dias de retorno de feriados -, a alternativa é ir para debaixo da cobertura da estação.

Fonte: Portal 2014