peixesProjeto Bijupirá, de capacitação de pescadores e produção de pescado marinho, foi escolhido um dos programas em destaque pelo Sebrae/SP, que concedeu ao prefeito Ernane Primazzi o Selo de Prefeito Empreendedor.A comenda foi entregue na manhã desta segunda (23), no gabinete do prefeito, pelo gerente do Sebrae – Unidade São José dos Campos, José Fábio Tau Junior.
O concurso tem o objetivo de reconhecer os gestores que promovem o desenvolvimento econômico e social de seus municípios por meio do incentivo aos pequenos negócios locais. 

No total, foram 335 projetos inscritos por 265 prefeituras (cada uma poderia se inscrever em até duas categorias). As sete categorias do prêmio são: Lei Geral Implementada, Compras Governamentais, Desburocratização, Pequenos Negócios no Campo, Pequenos Negócios nos Eventos Esportivos, Novos Projetos e Melhor Projeto Estadual. 

O projeto Bijupirá foi premiado na categoria Novos Projetos, e o objetivo do Sebrae com a premiação é incluir o empreendedorismo definitivamente na agenda da gestão municipal, a exemplo da saúde,educação, segurança e infraestrutura.

De acordo com o gerente do Sebrae  o prêmio é um reconhecimento para o prefeito e para os servidores, fruto de uma política pública voltada para o empreendedorismo. “O projeto Bijupirá representa geração de renda e emprego, onde os pescadores fazem um trabalho direcionado para o desenvolvimento do município”, explicou.
Já o secretário de Meio Ambiente Eduardo Hipólito do Rego, enfatizou que o Bijupirá é uma aposta bem sucedida desde o seu começo, devido ao seu potencial de incentivar o desenvolvimento de outras atividades, com foco principalmente no empreendedorismo. “O importante é trazer o caiçara para que ele saia da mera condição de extrativista para ser um empreendedor, um empreendedor do mar. É um incentivo para a gestão, é na verdade um golaço de toda a equipe”, enfatizou.
Um ponto destacado por Evandro Sebastini, assessor de Pesca da prefeitura, é a revalorização do pescador, assim como do caiçara sebastianense, através de uma atividade planificada, segura e com produção certa e renda mensal adequada para o maricultor ou pescador que queira ingressar nesta atividade.
“O projeto consiste na produção marinha de pescado. Damos condição de começar a atividade com capacitação e garantia dos  alevinos para reprodução”, acrescentou.
Para o prefeito Ernane Primazzi, (PSC), o projeto Bijupirá, que garantiu à cidade a premiação, é a mola propulsora para outras tantas atividades que a administração quer desenvolver no setor pesqueiro em São Sebastião. Segundo ele o Selo Prefeito Empreendedor  é o reconhecimento de um trabalho desenvolvido por todos os servidores, desde a elaboração até a implantação do projeto.

 

PROJETO BIJUPIRÁ

O projeto socioambiental visa melhorar as condições de vida da comunidade sebastianense, dando opção para a comunidade pesqueira de diversificar suas atividades, gerando aumento da renda e assegurando o direito do pescador de retirar seu sustento dos ecossistemas marinhos.
De acordo com um levantamento feito pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios – Instituto de Pesca, a pesca marítima enfrenta uma crise expressiva, devido à situação da maioria dos recursos que sustentam a produção pesqueira.
Desta forma, torna-se clara a necessidade de opções econômicas e ambientalmente sustentáveis, que visem reduzir a pressão extrativa sobre os estoques de pesqueiros e forneçam alternativas para as comunidades tradicionais residentes no litoral.

A maricultura vem como alternativa para atender a demanda comercial e preservar os estoques nativos de peixes, crustáceos e moluscos.
O Bijupirá é um peixe nativo presente na costa brasileira apreciado pelo sabor e textura da sua carne. Ele apresenta características importantes para a viabilidade de cultivo como crescimento acelerado, podendo chegar a seis quilos em um ano, e excelente conservação alimentar.

A reprodução e o desenvolvimento de alevinos (larva do peixe logo após seu nascimento) são integralmente feitas de forma natural, sem uso de hormônios ou aditivos químicos.

Para a sua reprodução, os grupos de reprodutores (9 a 12 peixes de 4 a 6 quilos), são mantidos em terra em tanques de maturação com renovação contínua de água do mar. A fêmea desova naturalmente no início do verão, quando a água atinge 28 graus. Os ovos fertilizados pelos machos boiam  e são retirados dos tanques por peneiras. Dos ovos nascem as larvas, que são alimentadas inicialmente por microalgas e posteriormente com pequenos crustáceos. Após algumas semanas as larvas crescem e se tornam alevinos. Quando atingem 2 a 5 gramas são transferidos para os tanques-redes no mar.

 

Foto: HalseyMadeira|PMSS