Desculpaê, eu nunca tinha subido Beverly Hills.
Explicando: Beverly Hills são as montanhas onde moram as celebridades de Hollywood. Não ficam nada longe do centro. Para quem vai na direção da praia, pela Sunset Boulevard, é só quebrar à direita quando começam a rolar uns parques maravilhosos.
Em várias esquinas da Sunset, tem um povo vendendo mapas que indicam onde mora gente famosa. Numa cidade sem grande circuito turístico de alta cultura, passear de carro por Beverly Hills é o “programão”. Bom, pode ser para os turistas, mas nunca foi para mim.
Onde mora o Bruce Willis? Não faço ideia. A Megan Fox? Sei lá (falha minha). Já se você me perguntar onde fica uma loja legal para comprar vinis de techno ou um boteco japonês aberto até as 2h, eu indico.
Mas digo isso pelo seguinte: como vim à cidade cobrir a morte de Michael Jackson, claro que fui lá ver a casa dele. Era em Beverly Hills. Nossa senhora!
E não vá pensando que me deslumbrei. Subir Beverly Hills só serviu para eu refletir sobre como os EUA são outro planeta. Tudo aqui é tão mega, as ordens de grandeza tão fora de comparação com outros países, que qualquer teoria que, de fora, a gente chute sobre a vida americana, vai ser só isso -uma teoria.
A casa de Jackson era alugada (R$ 200 mil por mês). Não fica numa área supernobre (é muito perto da Sunset, barulhenta e, para o padrão californiano, poluída). Ainda assim, quase me perdi dando uma simples volta no quarteirão, tão grande a área a ser contornada.
Já morei aqui, venho direto, consumo cultura e mídias americanas vorazmente. Mas, na semana passada, graças a Michael Jackson, tive certeza: estou por fora, só os EUA entendem os EUA.
Folha de São Paulo