No dia em que o republicano Donald Trump venceu as eleições para a presidência da maior economia do mundo, os primeiros palestrantes do dia, Tom Peters e Oliver Stone, dois cidadãos dos Estados Unidos, comentaram o resultado. “O sol se levantou hoje cedo em São Paulo, mas se ele vai se levantar nos Estados Unidos ninguém sabe”, afirmou Tom Peters. “De qualquer forma, ninguém pode roubar nossas virtudes”, completou aquele que é considerado pelo Los Angeles Times o “pai” da empresa pós-moderna.
Nessa linha de incentivo à resistência de valores, Peters introduziu a discussão sobre gestão. “Apesar de ser um cargo tão difícil, a boa notícia é que o nosso trabalho, o trabalho do gestor, é desenvolver indivíduos. A vida das pessoas é tocada por vocês. Você, assim como um diretor de cinema, cria um espaço para que atores e atrizes se tornem mais do que poderiam sonhar ser”, afirmou.
Em sua fala sobre o processo criativo por trás das câmeras, Oliver Stone também comentou o resultado das urnas. “Fiquei surpreso, achei que ele não tinha a menor chance, parecia impossível”, disse o diretor de Snowden. “Agora, hoje, estou tentando olhar o lado positivo. Acho que temos que dar liberdade para o país ser como ele quiser”, ponderou o cineasta.
Na véspera do lançamento do filme Snowden, o cineasta falou na HSM EXPO 2016 sobre como se dá o seu processo criativo. “O meu estilo é sempre contar uma história subjetiva a partir do olhar do meu personagem”, afirmou. No caso de Snowden, o objetivo foi dar voz ao ex-agente da NSA Edward Snowden, ex-funcionário da CIA que divulgou para a imprensa uma série de documentos sigilosos da Agência de Segurança Nacional dos EUA que comprovaram atos de espionagem do governo norte-americano. “É uma jornada muito interessante. Foram nove anos em que ele deixou de ser um forte conservador e se tornou um radical progressista.”
Gestão
O desafio de preparar líderes e deixá-los alinhados à estratégia da empresa foi o tema da palestra de Flávia Andrade, Master Coach Trainer da SLAC. Para ela, uma das grandes dificuldades é fazer com que a empresa entenda que até mesmo um CEO precisa ser treinado antes de assumir a função. “Se a empresa não investe na preparação “Se a empresa não investe na preparação, pode correr o risco de a pessoa ir subindo na hierarquia sem estar alinhada com a estratégia”, afirmou.
E nesse treinamento é importante que o futuro gestor esteja preparado para a forma com que a nova geração enxerga o trabalho. “Hoje, antes de aceitar o emprego, a pessoa quer saber o propósito da empresa e refletir se faz sentido ela se engajar naquele projeto, se aquilo ecoa em sua perspectiva de futuro”, disse Luiz Serafim, head de marketing da 3M.
E é nesse ponto que entra o questionamento de Tim Leberecht, um dos principais pensadores de marketing da nova geração: o avanço da tecnologia e das máquinas não pode deter o que ainda há de humanidade no planeta. “As máquinas vão poder pensar, mas será que os seres humanos vão continuar sentindo? O projeto mais importante do momento é preservar nossa humanidade. Não queremos ter respostas para todos os problemas e nem curar todas as dores. Nós queremos sentir mais”, concluiu o estudioso.