Cinco povos que nunca tiveram contato com o mundo externo correm o risco de serem exterminados. Um relatório lançado pela ONG inglesa Survival International indica que quatro tribos da Amazônia e uma no Chaco paraguaio estão perdendo suas terras para madeireiros, criadores de gado, fazendeiros e petrolíferas.
Das cinco tribos, duas estão no Brasil. A mais ameaçada é a dos awás, no Maranhão. A terra deles se transformou em uma ilha de floresta rodeada por devastação. Por causa disso, a região é cobiçada por madeireiros, que querem derrubar as últimas árvores do local. Situação semelhante ocorre com os índios do Rio Pardo, no noroeste de Mato Grosso, onde há retirada ilegal de madeira.
Segundo relatório lançado nesta quarta-feira (27), duas outras tribos ficam no norte do Peru. Os povos que vivem entre os Rios Napo e Tigre, próximos à divisa com o Equador, correm o risco de ter suas terras ocupadas por poços de petróleo. Já as tribos do Rio Envira, na fronteira com o Brasil, fogem das madeireiras que buscam mogno.
A única tribo de fora da Amazônia é a dos ayoreo-totobiegosode, que vivem no Chaco paraguaio – uma região parecida com o Cerrado brasileiro. Lá, o perigo são os grandes fazendeiros que derrubam floresta para criar gado.
Isolamento voluntário
A maior parte dos povos que vive de forma isolada na Amazônia sabe da existência do mundo exterior, mas evita o contato. Mesmo que o encontro entre essas tribos com o mundo externo aconteça de forma pacífica, há grande risco para os índios. Como não têm anticorpos para lidar com doenças comuns, como a gripe, eles morrem facilmente.
Do Globo Amazônia, em São Paulo