Vale define entrada na energia eólica

Maior mineradora do país diz que seu objetivo é limpar matriz energética
Disposta a “limpar” sua matriz energética, a Vale anunciou seu ingresso na geração de energia eólica, com a construção no Nordeste de dois parques em parceria com a australiana Pacific Hydro.

O investimento será de R$ 650 milhões. Previstos para 2014, os dois empreendimentos terão capacidade de gerar 140 MW e serão erguidos no Rio Grande do Norte.
As licenças ambientais já foram obtidas. Cada companhia terá 50% da empresa criada para administrar os projetos.
Em março, a Folha antecipou o interesse da Vale em investir em energia eólica. Passados três meses, a mineradora concluiu as negociações com a Pacific Hydro, uma das líderes mundiais na tecnologia de geração de energia a partir dos ventos.
Segundo a diretora de Sustentabilidade e Energia da Vale, Vânia Somavilla, o objetivo da Vale é aumentar o uso de fontes renováveis. A demanda da Vale por energia, diz, crescerá 150% até 2020 e boa parte da expansão virá dessas alternativas.
O acordo firmado com a Pacific garante à Vale o uso de 100% da energia a ser gerada nos novos parques eólicos por 20 anos.
É a primeira vez que a energia eólica é vendida no país sem um leilão do governo e vai abastecer diretamente um consumidor de grande porte -não uma distribuidora.
Somavilla diz que a medida reduz o volume de emissões e “assegura a competitividade de custos em longo prazo”. Hoje, a energia eólica só é mais cara do que a hidrelétrica no país, graças a subsídios do governo e de linhas especiais de financiamento do BNDES.