PALMEIRAS
Empresário diz que sua ideia de pedir doação foi plagiada por parceira do clube

ADRIANO WILKSON
DE SÃO PAULO

O Palmeiras não conseguiu nem 2% do que está pedindo para contratar o volante Wesley, mas a campanha para angariar doações da torcida já rendeu uma acusação de plágio e o risco de o clube ter que pagar uma indenização.

O empresário Giuliano Augusto acusa a empresa MOP – My Own Player (“meu próprio jogador”, em inglês), que se associou ao clube na campanha por Wesley, de ter se apropriado de uma ideia sua.

Em setembro de 2009, ele entrou com um pedido de patente de um “método para capitalizar clubes, por meio da contribuição de torcedores”.

Sugeria que cartolas criassem um sistema on-line para que a torcida pudesse definir quem seria o contratado e, inclusive, dar dinheiro para pagar pelo atleta. O clube, assim, deixaria de ser “refém de empresários de jogadores”.

Corintiano, ele diz ter apresentado a ideia a times de São Paulo, inclusive o Palmeiras. E afirma ter sido ignorado.

No final daquele ano, a empresa MOP começou a desenvolver um modelo de negócio com princípio semelhante.

Dois anos depois, aproximou-se do Corinthians e ofereceu seu sistema para contratar o volante Cristian.

Agora, fez parceria com o Palmeiras e criou um site em que o torcedor pode doar dinheiro para pagar Wesley.

Giuliano Augusto diz que vai processar a empresa e os clubes com base na lei de patentes e na de direito autoral.

“Quero o reconhecimento do meu trabalho e garantir meu projeto, a minha ideia”, disse o empresário. Ele também vai querer indenização.

A MOP, por sua vez, defende-se da acusação de plágio atacando. Diz que também vai processar Giuliano por suposto crime de concorrência desleal. Acontece que só o pedido de patente do método não dá ao empresário direito de uso exclusivo sobre ele.

Na visão da MOP, ao fazer a acusação de plágio, Giuliano está tentando desestabilizar seu negócio. Ela vai pedir indenização na Justiça. “A ideia que vale é a que está no mercado”, disse Felipe Andrade, diretor da empresa.

Se a patente for concedida, o que pode demorar anos, o direito de exclusividade seria retroativo a partir de 2009.

Técnicos do órgão do governo que cuida de patentes vão analisar se o método pode ser protegido dessa forma.

O Palmeiras pede R$ 21 milhões à torcida e não sabia da polêmica ao fechar com a MOP, que vai ganhar 10% do valor se Wesley for contratado. O jurídico do clube não se manifestou. A MOP informou ontem aos cartolas sobre a questão. Procurado, o Corinthians não respondeu à Folha.

fonte: folha de sp