A premiação merecida do escritor e político peruano ao Nobel da Literatura anunciado nesta semana desperta várias reflexões em função deste ano 2010 – o Ano Internacional da Biodiversidade proclamado pela ONU.

Vargas, que é peruano de Arequipa, uma região que estará sendo fortemente impactada pelo término da Construção da Rodovia Transoceânica ou Rodovia do Pacífico como é conhecida, ligando o Peru, pais Natal do Prêmio Nobel, aliás Porto do Pacífico, onde as cargas brasileiras vindas de todo o Centro Oeste e Sudeste embarcarão rumo aos países asiáticos, entre eles a China, um dos países de maior crescimento nesta década.

O Estado do Acre, da floresta dos irmãos Jorge e Tião Viana, farão as boas vindas aos peruanos, bolivianos e venezuelanos que adentrarão o Brasil e ao Oceano Atlântico nos próximos meses, já que a Rodovia Transoceânica tem previsão de entrega para o mês de dezembro, reunindo o presidente Lula e Alan Garcia do Peru.

Este tema de grande relevância para a história do Brasil, ao lado do papel das Usinas Hidrelétricas de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte e seus impactos socioambientais, estão no olho do furacão das discussões que estarão sendo levadas a efeito no tradicional 8º Seminário Internacional de Sustentabilidade e 9º Prêmio Ecoturismo e Justiça Climática, que será abrigado na cidade símbolo das usinas que é Porto Velho, capital da Amazônica Rondônia, que terá eleições para governo no 2º turno.

Causaram espanto informações vindas da Feira de Literatura de Frankfurt de que o Peru de Vargas Llosa foi representado por pequenos editores daquele país vizinho que bancaram a ida e estadia do próprio bolso sem apoio governamental, exatamente como fizeram a Editora Ecoturismo, a pioneira no meio ambiente brasileiro, que juntou pequena comitiva de repórteres, escritores e políticos ambientalistas e bancou todos os gastos com a COP-15, a maior Conferência de Mudanças Climáticas em dezembro passado, preparando a COP-16 para este ano em Cancun, no México.

Nesta mega conferência de justiça climática, os mentores do ambientalismo envolvidos no Ecoturismo e Justiça Climática, entre os quais o então pré-candidato a senador pelo Partido Verde de São Paulo, Hércules Góes, se reuniram com outras lideranças brasileiras no mesmo propósito, entre eles Victor Fasano, ator de televisão, a liderança indígena Almir Suruí, Alfredo Sirkis, Marco Mroz e Marina Silva, então pré-candidata a presidência da República pelo Partido Verde brasileiro.

Muitos internautas e leitores do ambientalismo brasileiro se frustraram ao ver fora da convenção partidária dos verdes paulistas, o mestrando em direito ambiental Hércules Góes,que dirige com esforço hercúleo, redundância a parte, a Editora Ecoturismo, sempre vanguardeira nas questões da sustentabilidade e meio ambiente brasileiro, já que a COP-15 foi um grande pontapé alavancador da campanha de Marina Silva a presidência do país.

Mas outro ambientalista presente naquela conferência dinamarquesa, Ricardo Young do grupo Ethos – séria organização ambiental e social brasileira – acabou sendo escolhido candidato a Senador e representou com brilhantismo o movimento amealhando mais de 4 milhões de votos paulistas, sendo o 4º senador mais votado nestas eleições e é claro que a palavra de Young , de Marina e do próprio Hércules Góes, devem ser ouvidas no próximo dia 17 de outubro, quando o PV do Brasil se reúne em São Paulo para definir as escolhas para o segundo turno, entre Serra, Dilma ou a neutralidade.

As lições apreendidas pelos irmãos peruanos que lutam com forças e garras na literatura, no meio ambiente para manter intacta a sua floresta, sua sustentabilidade econômica, social e ambiental, agora com um ícone reconhecido mundialmente como é o conterrâneo Vargas Llosa, hão de servir para nós, seus irmãos brasileiros, agora quase unidos pela Rodovia Transoceânica – ou do Pacífico – e a Cordilheira dos Andes, é o grande símbolo desta nova etapa das relações entre o Brasil e seus países irmãos latino- americanos, unidos pela cultura, pela música, pela comida e agora pela literatura, já que o Brasil, campeão em quase tudo, ainda não tem o Oscar do Cinema e Prêmio Nobel da Literatura ou outro qualquer.

Mas nos orgulhemos e saudemos com efusão os irmãos peruanos, parceiros do Brasil, e Vargas Llosa, que dignifica o continente sul americano com sua luta em prol da sustentabilidade política, social e econômica dos povos.

Ana Joppert – Assessora de Imprensa do Grupo Editorial Ecoturismo